Pesquisadores descobrem sítio arqueológico em Corguinho

Pesquisadores de uma ONG descobriram desenhos rupestres feitos há milhares de anos, em Taboco, distrito de região de Corguinho, região centro-norte de Mato Grosso do Sul. A descoberta ocorreu durante rastreamento de porcos-do-mato (conhecido como queixada) na região. Após a descoberta, os pesquisadores da Wildlife Conservation Society e da ONG Quinta do Sol, comunicaram o fato […]

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Pesquisadores de uma ONG descobriram desenhos rupestres feitos há milhares de anos, em Taboco, distrito de região de Corguinho, região centro-norte de Mato Grosso do Sul. A descoberta ocorreu durante rastreamento de porcos-do-mato (conhecido como queixada) na região.

Após a descoberta, os pesquisadores da Wildlife Conservation Society e da ONG Quinta do Sol, comunicaram o fato aos arqueólogos Rodrigo Luis Simas de Aguiar e Keny Marques Lima, que publicaram artigo recente na revista científica Clio Arqueológica com as descobertas.

De acordo com os autores, a descoberta aumenta o conhecimento de arte rupestre da região do planalto do Cerrado, bioma que faz fronteira com o Pantanal. Os fatos foram discutidos no site de fotografias ecológicas Biofaces.

“Nosso trabalho com a Wildlife Conservation Society se concentra em promover práticas sustentáveis de uso da terra que ajudam a proteger espécies selvagens importantes e os lugares onde vivem”, disse Alexine Keuroghlian, pesquisadora do Programa Brasil da WCS. “Como muitas vezes trabalhamos em lugares remotos, às vezes, fazemos descobertas surpreendentes”, ressaltou.

A descoberta foi feita no planalto do Cerrado do Brasil em 2009, quando Alexine e sua equipe realizavam pesquisas sobre as queixadas, uma espécie de porco que forma rebanhos que viajam longas distâncias e são indicadores ambientais das florestas saudáveis. As queixadas são vulneráveis às atividades humanas, como o desmatamento e a caça, e estão começando a desaparecer em grandes áreas que compunham seu território anterior, indo do sul do México até o norte da Argentina.

Enquanto seguiam os sinais de rádio emitidos por coleiras colocadas nestes animais nas trilhas de forrageamento deixadas pelas manadas, a equipe encontrou uma série de formações de arenito proeminentes com cavernas contendo desenhos de animais e figuras geométricas.

A equipe contatou o arqueólogo Rodrigo Luis Simas Aguiar, especialista em desenhos rupestres. De acordo com o artigo publicado, os desenhos foram feitos entre 4 e 10 mil anos atrás, por sociedades de caçadores-coletores que ocuparam as cavernas ou as usaram especificamente para suas atividades artísticas.

O estilo de alguns desenhos foi coerente com o que os arqueólogos chamam de tradição Planalto (em referência ao planalto central brasileiro), enquanto outros, surpreendentemente, eram mais semelhantes aos encontrados nas regiões do Nordeste e Agreste.

Os desenhos mostram um conjunto de animais, incluindo tatus, veados, grandes felinos, aves e répteis, bem como figuras humanoides e símbolos geométricos. Curiosamente, o tema das pesquisas – as queixadas – está ausente das ilustrações.

Aguiar espera realizar escavações no chão da caverna e datação geológica nos locais, a fim de interpretar completamente os desenhos.

“Essas descobertas de desenhos rupestres enfatizam a importância da preservação dos ecossistemas do Cerrado e Pantanal, tanto pelo seu patrimônio cultural quanto natural”, explica a Julie Kunen, diretora do Programa da América Latina e Caribe da WCS e especialista em arqueologia maia. “Esperamos firmar uma parceria com fazendeiros locais para proteger esses sítios e cavernas, assim como as florestas que os cercam, para que a herança cultural e da vida selvagem representadas nos desenhos sejam preservadas para as gerações futuras”.

(Com informações da WCS International)

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