Paulinho se esquiva sobre polêmicas do Brasileiro: “não cabe aos jogadores”

Cabeça baixa, olhar distante, poucas palavras e muita cautela antes de soltar cada declaração. É assim que o volante Paulinho, do Tottenham, toma todo cuidado possível para não se envolver em qualquer polêmica. Ele evita dar opiniões até sobre questões simples do futebol. Não tem, portanto, perfil para acompanhar algo que virou comum ultimamente: os […]

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Cabeça baixa, olhar distante, poucas palavras e muita cautela antes de soltar cada declaração. É assim que o volante Paulinho, do Tottenham, toma todo cuidado possível para não se envolver em qualquer polêmica. Ele evita dar opiniões até sobre questões simples do futebol. Não tem, portanto, perfil para acompanhar algo que virou comum ultimamente: os jogadores brasileiros têm reclamado de forma acintosa sobre os problemas do campeonato nacional. Em sua casa em Londres, disputando o Campeonato Inglês e a Liga Europa, Paulinho tem outra visão – acredita que os jogadores do Brasil não conseguirão interferir no assunto e apenas torce para que aconteçam melhorias.

O Bom Senso FC, liderado por um ex-companheiro de Paulinho, o zagueiro corintiano Paulo André, é o principal símbolo da nova postura dos jogadores brasileiros. Vários atletas se reuniram com dirigentes e também fizeram protestos durante a Série A em 2013. Foi prometida uma greve para este ano, que até agora não aconteceu. Mas o movimento segue na ativa, já que ganhou um site recentemente. Porém, até agora poucos jogadores que atuam fora do Brasil se envolveram com o grupo.

Líderes da Seleção Brasileira, Thiago Silva e David Luiz negaram qualquer contato com o Bom Senso e assim evitaram um atrito com a CBF antes da Copa do Mundo. É uma postura semelhante a de Paulinho: “ninguém me procurou, então é uma coisa que eu não vou dar minha opinião. Nem no Brasil eu estava. Não sei o que estava se passando e ninguém me ligou para tomar qualquer atitude”, afirmou, claramente incomodado com o tema.

Novamente questionado sobre as pautas do Bom Senso, como o criticado calendário do futebol brasileiro, Paulinho evitou se posicionar. Ele ainda recomendou aos jogadores não se envolverem tanto com o assunto: “sempre foi dito que no Brasil tem muitos jogos. Mas isso não cabe aos jogadores. Não adianta culpar um ou outro. É algo que tem que ser acertado, e a gente torce para que todo mundo se sinta melhor. Acho que a gente bate muito nessa tecla, mas não vou dar opinião”, afirmou ele, mais uma vez medindo cada palavra para não aumentar a polêmica.

Já incomodado com o assunto, Paulinho não quis nem ouvir a pergunta sobre outra polêmica do futebol brasileiro, a briga judicial entre Portuguesa e Fluminense: “é mais uma coisa que eu não vou me meter. Eu só vejo na internet algumas coisas, mas não é o suficiente. Muita coisa que a gente vê na internet não sabe se é verdade ou se é mentira, então procuro não dar opinião”.

Cauteloso até o final da entrevista, Paulinho só ficou aliviado quando as perguntas acabaram e ele enfim foi liberado. “Você veio com uma mala cheia de ‘buchas’ do Brasil”, brincou ele, referindo-se às perguntas incômodas, com bom humor de quem conseguiu se esquivar com algum sucesso.

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