Novo leilão fará rede 4G do Brasil ser compatível à dos EUA e 19 países

O novo leilão de banda larga móvel de quarta geração destinará ao 4G brasileiro faixas que tornarão a rede do país compatível com a de outros 20 países, inclusive a dos Estados Unidos, segundo levantamento do G1 no banco de dados da 4G Américas, associação de operadoras que monitora a adoção da tecnologia pelo mundo. […]

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O novo leilão de banda larga móvel de quarta geração destinará ao 4G brasileiro faixas que tornarão a rede do país compatível com a de outros 20 países, inclusive a dos Estados Unidos, segundo levantamento do G1 no banco de dados da 4G Américas, associação de operadoras que monitora a adoção da tecnologia pelo mundo. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) publicou nesta quinta-feira (21) o edital do leilão, que será realizado em 30 de setembro.

Os seis lotes da frequência de 700 Megahertz (MHz) renderão ao governo, pelo menos, R$ 7,7 bilhões. As faixas do espectro são como rodovias por onde os dados trafegam. Por enquanto, os dados do 4G no Brasil são transmitido pela frequência dos 2,5 Gigahertz (GHz), que foi leiloada em 2012 e rendeu aos cofres públicos R$ 2,9 bilhões, um ágio de 31,27%. Hoje, a estrada dos 700 MHz não está livre: circula por ela o sinal de canais de TV. Por isso, as empresas que levarem cada lote do 4G terão ainda que pagar a retirada desses serviços, o que deverá resultar custos extras estimados pela Anatel em R$ 3,6 bilhões.

A tecnologia utilizada no Brasil para banda larga móvel de quarta geração já é a mesma de outros 45 países pelo mundo, como a vizinha Colômbia, o Japão e os europeus Alemanha, França, Portugal e Espanha. Isso quer dizer que smartphones ou tablets com tecnologia 4G comprados no Brasil também acessarão a rede de banda larga móvel desses países. Aparelhos 4G comprados nesses países também funcionarão na rede brasileira.

Na frequência dos Estados Unidos

Com a abertura da faixa dos 700 MHz para o 4G, 20 países passarão a ter rede compatível com a brasileira, aponta o levantamento do G1. Entre eles estão os Estados Unidos, o maior destino de turistas brasileiros. A lista inclui também Bolívia, Porto Rico, Nova Zelândia, Irlanda, Croácia e Líbano.

Desde que o 4G começou a ser implantado no Brasil, em abril do ano passado, 18 países passaram a destinar a faixa dos 2,5 GHz para a internet de alta velocidade de quarta geração. Um deles foi a China, onde pacotes 4G passaram a ser vendidos em dezembro de 2013.

Em alguns casos, a adoção do 700 MHz no Brasil fará com que a compatibilidade seja reforçada, pois, além dessa faixa, os países já utilizam a dos 2,5 GHz. Será o caso, por exemplo, de Rússia, da Alemanha e Portugal.

Mais alcance

Em comparação às velocidades do 3G, as taxas de conexão do 4G chegam a ser até dez vezes maiores. Enquanto o máximo alcançado pelo primeiro é 21 Megabits por segundo (Mbps), a nova tecnologia chega a oferecer até 100 Mbps e apresenta médias de 50 Mbps.

As faixas destinadas ao 4G possuem diferenças entre si. Enquanto a frequência de 2,5 GHz transporta dados mais pesados, a de 700 MHz cobre territórios mais amplos. Isso ocorre porque quanto maior a frequência, menor seu alcance e maior a sua potência.

A diferença na capacidade de cobertura também afeta a instalação de infraestrutura. Para cobrir uma mesma localidade, são necessárias mais antenas na faixa de 2,5 GHz do que estações de rádio-base de 700 MHz. É isso que torna a frequência que será leiloada em setembro tão atrativa comercialmente.

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