Negócio em família precisa deixar questões pessoais de lado

Casos de discordância entre famílias donas de grandes conglomerados que resultaram em problemas e até em perdas para as companhias são comuns no Brasil e em todo o mundo. A convivência e gestão pacífica de negócios em família são desafios dos pequenos, médios e grandes empreendedores. Segundo o especialista em gestão de empresas familiares e […]

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Casos de discordância entre famílias donas de grandes conglomerados que resultaram em problemas e até em perdas para as companhias são comuns no Brasil e em todo o mundo. A convivência e gestão pacífica de negócios em família são desafios dos pequenos, médios e grandes empreendedores.

Segundo o especialista em gestão de empresas familiares e professor do Insper, Evandro Pontes, um dos principais motivos de briga entre os executivos nessa condição é a mistura de questões pessoais com assuntos relacionados a administração do negócio. “É importante que as pessoas separem temas familiares daqueles puramente comerciais”, alerta.

Para ele, não há fórmula mágica para evitar conflitos, por isso os executivos devem enfrentar diferenças muitas vezes culturais e tradicionais com maturidade, principalmente em momentos de processos sucessórios.

“Muitas empresas contratam terceiros para realizar acordos em situações extremas, isso é importante, mas cada família tem que encontrar seu caminho dentro de suas necessidades e históricos, eles devem respeitar o parâmetro que eles mesmos acabaram estabelecendo durante os anos de trabalho conjunto”, recomenda.

A diretora de projetos da Outliers Careers, Madalena Feliciano, compartilha o entendimento de Pontes e aponta que uma boa saída para desacordos é a criação de um conselho de família, para que as decisões sejam tomadas de forma coletiva. “Quando essa estrutura é bem conduzida ela auxilia a minimizar os conflitos, porém, a sua ausência fará com que eles surjam com muito mais frequência e rapidez”, detalha.

Segundo Madalena, é preciso que os sócios tenham confiança entre si, sendo ou não familiares diretos, e tomem cuidado com a sucessão da empresa, que deve ser planejada com antecedência e cuidado. “Uma instituição não é apenas uma questão de herança, mas sim de competência: é preciso que o sucessor passe a confiança de que irá manter o negócio funcionando”, completa.

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