Mutação genética afeta sobrevivência ao câncer de mama, sugere estudo

As mulheres portadoras de uma mutação genética específica correm um risco maior de morrer de um tipo de câncer de mama, revelou um estudo publicado nesta semana na revista “Nature Communications”, que acenou para a possibilidade de medicamentos especialmente desenvolvidos para o tratamento. Pesquisas anteriores tinham demonstrado que as chances de sobrevivência ao câncer de […]

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As mulheres portadoras de uma mutação genética específica correm um risco maior de morrer de um tipo de câncer de mama, revelou um estudo publicado nesta semana na revista “Nature Communications”, que acenou para a possibilidade de medicamentos especialmente desenvolvidos para o tratamento.

Pesquisas anteriores tinham demonstrado que as chances de sobrevivência ao câncer de mama após o tratamento eram, em parte, hereditárias. Suspeitava-se de um envolvimento dos genes no sistema imunológico, mas não ficou claro quais seriam.

Agora, os cientistas vinculam uma variação do CCL20 – gene envolvido na resposta imunológica do organismo – a um risco maior de morte em mulheres submetidas a quimioterapia para tratar o chamado câncer com receptor de estrogênio negativo (ER-).

Segundo os resultados da pesquisa, a descoberta “pode representar metas ideais para tratamentos feitos sob medida e também pode melhorar nossas capacidades atuais de fazer o prognóstico de sintomas”.

Metodologia

A equipe usou dados de vários estudos feitos com mais de 2.600 mulheres de diferentes países. Foram analisadas mudanças na codificação de proteínas em mulheres submetidas a quimioterapia para tratar o câncer ER-, uma categoria que afeta uma minoria de pacientes e que é mais difícil de tratar que o câncer ER+.

Os cientistas ajustaram os resultados para, possivelmente, confundir características como idade do paciente no diagnóstico e tamanho do tumor.

A descoberta explicou apenas uma pequena parte da variação associada com a sobrevivência ao câncer de mama e mais mutações precisar ser encontradas para entender completamente a base genética do diagnóstico de ER-, escreveram os cientistas.

Em um estudo separado sobre o câncer de mama, publicado na edição online do “British Medical Journal” (BMJ), cientistas da Noruega e dos Estados Unidos descobriram que mamografias feitas a cada dois anos podem reduzir o risco de morte em cerca de 28%.

Superdiagnóstico

Segundo a pesquisa, cerca de 27 mortes de câncer de mama podem ser evitadas entre 10 mil mulheres que fizeram exames de mamografia – ou cerca de uma em 368, informou a equipe, após analisar dados de todas as mulheres na Noruega entre 50 e 79 anos de idade entre 1986 e 2009.

“As mortes por câncer de mama ocorreram em 1.175 das mulheres encaminhadas a fazer exames de mamografia e em 8.996 das mulheres que não foram encaminhadas”, escreveram os cientistas, que consideraram o vínculo “substancial”.

A descoberta se soma às discussões correntes sobre a relevância destes exames perante os riscos do ‘superdiagnóstico’, que leva algumas mulheres a se submeter a tratamentos invasivos para evitar cânceres que não teriam ou que seriam descobertos sem uma mamografia.

Em um comentário, também publicado no site bmj.com, dois professores americanos de medicina, Joann Elmore e Russell Harris, afirmaram que os cientistas não encerraram a questão. “O estudo norueguês confirma amplamente o que já se sabe: os benefícios dos exames de mamografia são modestos, na melhor das hipóteses”, escreveram.

“Embora os benefícios sejam pequenos, os danos dos exames são reais e incluem o ‘superdiagnóstico’, estresse psicológico e exorbitantes custos para a saúde”, concluíram.

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