Ministro da Fazenda cobrará explicações por demissões na GM
Diante das demissões da General Motos na planta de São José dos Campos (SP), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que vai cobrar explicações sobre as demissões no setor. Na tarde desta sexta-feira, o ministro tem agendada uma reunião com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, em […]
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Diante das demissões da General Motos na planta de São José dos Campos (SP), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que vai cobrar explicações sobre as demissões no setor. Na tarde desta sexta-feira, o ministro tem agendada uma reunião com o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, em São Paulo.
“Vou conversar com a Anfavea para me dar explicações. Porque, de fato, as empresas não podem estar demitindo trabalhadores em condições normais”, afirmou o ministro.
As demissões foram anunciadas ainda durante a vigência da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ao setor, contrariando o acordo feito entre montadoras e governo pela não demissão no período. Mantega lembrou ainda que as alíquotas ainda não voltaram aos níveis originais e que há uma margem de desoneração. “É verdade que nós estamos subindo o IPI do carros, mas há um espaço para o IPI que colocamos”, disse o ministro.
Na segunda-feira, metalúrgicos da General Motors (GM) de São José dos Campos, reunidos em assembleia, cobraram explicações da empresa para as demissões de funcionários que ocorreram no último sábado e, segundo o sindicato da categoria, foram avisadas por telegrama.
“As pessoas foram surpreendidas no período de férias coletivas. Até o momento, a empresa não nos informou quantas pessoas está demitindo ou quantas pretende demitir. Isso demonstra falta de transparência”, disse Antônio Ferreira de Barros, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
O presidente da entidade critica ainda a política de importação da empresa que está transferindo a produção de determinados modelos de automóveis para outras localidades. “As pessoas que estão sendo demitidas são fruto dessa política. A produção desse modelo (Classic) foi retirada do Brasil e está sendo produzido na fábrica de Rosário, na Argentina”, explicou.
Uma nova assembleia está marcada para o dia 8 de janeiro. “Vamos colocar os trabalhadores nas ruas, mobilizar a categoria para pressionar os governos”, disse o sindicalista. Ele espera que os benefícios concedidos à empresa sirvam de pressão para evitar as dispensas. Barros informou ainda que o sindicato deve acionar a Justiça para tentar suspender as demissões, assim como o Ministério Público.
A GM informou, por meio de nota da diretoria da empresa, que, conforme previsto no acordo trabalhista de janeiro de 2013, encerraria as atividades de montagem de veículos de passageiros ao fim de dezembro do ano passado. A empresa destacou que desde 2008 negocia com o sindicato investimentos que permitiriam a aprovação de projetos para a fábrica, mas não obteve sucesso.
Nesse sentido, “foram usadas todas as alternativas trabalhistas, como férias coletivas, plano de demissão voluntária, lay off (contrato de trabalho suspenso) e licença remunerada, para minimizar impactos para nossos trabalhadores”, avaliam os diretores. A opção da GM foi aprovar novos projetos para outras unidades no País no valor de R$ 5,7 bilhões.
“Assim, no final de julho de 2012, com o encerramento da produção dos modelos Corsa, Meriva e Zafira, a continuidade das operações da fábrica de automóveis tornou-se inviável”, diz a nota. A empresa informou que o complexo de São José dos Campos continuará as atividades com sete fábricas.
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