Mercado financeiro já prevê alta do PIB menor que 1% em 2014

A economia brasileira deve crescer menos de 1% este ano, segundo os economistas do mercado financeiro. É a primeira vez que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano fica abaixo dessa marca. De acordo com o relatório de mercado, divulgado pelo Banco Central, a previsão para o PIB caiu de 1,05% […]

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A economia brasileira deve crescer menos de 1% este ano, segundo os economistas do mercado financeiro. É a primeira vez que a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano fica abaixo dessa marca. De acordo com o relatório de mercado, divulgado pelo Banco Central, a previsão para o PIB caiu de 1,05% para 0,97%. Foi a oitava queda seguida.

As previsões do mercado financeiro, coletadas pelo BC por meio de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, confirmam o cenário de desaceleração da economia brasileira. Em 2013, o PIB registrou crescimento de 2,5%. Para 2015, a previsão do mercado de alta do PIB ficou estável em 1,5%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia. Para conter a inflação, o BC subiu os juros entre abril do ano passado e maio deste ano, influenciando também o ritmo de atividade.

No fim de maio, o IBGE informou que a economia do país registrou expansão de 0,2% nos três primeiros meses de 2014, em relação ao quarto trimestre de 2013, com destaque para o bom desempenho da agropecuária.

A expansão do PIB do país previsto para 2014 pelo mercado financeiro, de 0,97%, continua abaixo do estimado no orçamento federal, de 2,5%, e também menor que a previsão divulgada pelo Banco Central na semana passada, de alta de 1,6%.

Menos inflação

O mercado financeiro também previu menos inflação para este ano. Os economistas dos bancos reduziram de 6,48% para 6,44% sua previsão de 2014 para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso, o valor se distanciou um pouco do teto de 6,5% do sistema de metas de inflação para o ano. A previsão chegou a ultrapassar o teto em abril, mas depois recuou. Para 2015, a expectativa dos economistas dos bancos para o IPCA, porém, subiu de 6,10% para 6,12%.

Pelo sistema que vigora atualmente no Brasil, a meta central tanto para 2014 quanto para 2015 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

Taxa de juros

A previsão do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) da economia brasileira, por sua vez, foi mantida em 11% ao ano até o fechamento de 2014. Na semana passada, o BC manteve a taxa estável neste patamar pelo segundo encontro seguido do Comitê de Política Monetária (Copom). Para o fim de 2015, a previsão dos analistas para o juro básico da economia permaneceu em 12% ao ano.

Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros

Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 recuou de R$ 2,39 para R$ 2,35 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio ficou estável em R$ 2,50 por dólar.

A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 permaneceu em US$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial subiu de US$ 9,4 bilhões para US$ 9,8 bilhões.

Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros ficou estável em US$ 55 bilhões.

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