Lojistas do Shopping 26 de Agosto reclamam de despejo sem notificação e ficam revoltados

Na manhã desta segunda-feira (27) proprietários do Shopping 26 de Agosto foram impedidos de abrirem suas lojas porque o prédio estava com as portas fechadas, situação que causou revolta e indignação nos comerciantes. O prédio que foi desapropriado em dezembro e comprado para alocar o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, hoje começou […]

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Na manhã desta segunda-feira (27) proprietários do Shopping 26 de Agosto foram impedidos de abrirem suas lojas porque o prédio estava com as portas fechadas, situação que causou revolta e indignação nos comerciantes.

O prédio que foi desapropriado em dezembro e comprado para alocar o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, hoje começou a retiradas a estrutura das lojas que estavam montadas no local. Os lojistas alegam que não foram notificados sobre o fechamento do shopping e cobram uma resposta do proprietário do imóvel.

Segundo os proprietários o juiz Ricardo Galbiatti, titular da 2ª Vara da Fazenda Pública e Registros Públicos de Campo Grande, concedeu na última quinta-feira a imissão provisória do Estado de Mato Grosso do Sul na posse do imóvel onde está situado o Shopping Center 26 de Agosto, com área de mais de 13 mil m², mediante o depósito parcial do preço ofertado, no valor de R$ 10 milhões. O imóvel está avaliado em R$ 38 milhões e na sexta-feira o Estado efetuou o depósito parcial do imóvel.

A maioria das lojas já foram derrubadas e alguns comerciantes que ainda estavam com suas lojas abertas reclamam do descaso do proprietário. “Queremos um pronunciamento dele porque temos um contrato que não foi rescindido e ele não deu nem um prazo para procurarmos outro lugar. É injusto porque todos nós já pagamos as despesas desse mês”, reclama Felipe Rosa Portela, lojista do shopping.

Os proprietários de lojas reclamam que o juiz assinou a ordem de desapropriação sem saber que ainda existia comércio em funcionamento no local. Conforme um documento oficial que foi entregue aos lojistas está escrito que o prédio está desocupado, apenas serviços públicos ainda estavam funcionando no local.”É um absurdo um juiz assinar o documento sem verificar que ainda aqui existe lojas em pleno funcionamento, cheguei hoje aqui e já haviam retirado as mercadorias sem catalogar e nem ao menos nos avisaram”, desabafa Portela.

Conforme Josilene Messias Alencar, de 38 anos, que teve as roupas da loja dela ensacadas e guardadas, sem que ela recebesse qualquer aviso. Esta manhã ela compareceu ao Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do centro e registrou um Boletim de Ocorrência contra o dono do prédio por ter suas mercadorias retiradas sem sua autorização.

Ainda de acordo com Josilene o prejuízo dela é em torno de R$ 100 mil por causa do investimento que fez na loja, pagamentos de aluguéis, fracasso do shopping e destruição do espaço. ”Quero receber uma indenização por tudo que investi aqui e não obtive retorno, com o fechamento do shopping eu perco tudo”, lamenta.

Outro comerciante que está inconformado com a situação é Mário Sérgio Cardoso que relata que o proprietário do imóvel tem que vir e conversar com os comerciantes, rescindir o contrato e indenizar os lojistas. “Queremos uma indenização, vamos sair daqui e ir para onde? Onde vou colocar minha loja e a minha situação como fica? reclama Cardoso.

Dentre os poucos lojistas que resistiram ao tempo no shopping 26 de Agosto, a reclamação sobre o descaso com eles é unânime. Segundo os comerciantes o shopping funcionou normalmente até sexta-feira e no sábado não puderam trabalhar porque já tinham começado a remover as lojas que já estavam fechadas. “O supervisor nos informou na sexta-feira que poderíamos abrir as normalmente, só que quando chegamos aqui estavam retirando estrutura das lojas fechadas e hoje as portas estavam fechadas.”Olha a humilhação que estamos passando aqui com nossas lojas arrombadas e sem mercadoria, fora os problemas que estávamos enfrentando há meses sem limpeza, água e luz”, relata uma comerciante que não quis se identificar.

Os lojistas irão decidir se irão entrar na Justiça para terem os valores investidos devolvidos.

Outro lado – O PM Sub Souza nos informou que todos os comerciantes foram notificados na sexta-feira e que até o dia 30 o prédio será entregue oficialmente ao Governo de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o PM que está no local orientando as pessoas e os lojistas sobre o funcionamento do shopping, a estrutura está sendo desmontada para que o prédio seja reformado para viabilizar as instalações de órgãos que compõem a estrutura do Poder Judiciário.

Segundo o Sub Souza o proprietário terá uma reunião com os lojistas essa semana para resolver a situação. “Os comerciantes já tem uam reunião agendada com o proprietário do imóvel para falar sobre a situação”, alega o PM.

A reportagem tentou contato a administração do shopping, mas foi informado que apenas o policial no local falaria sobre o caso.

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