Ligação entre aborto e abuso sexual gera investigação no Reino Unido

Mulheres que frequentam os Crisis Pregnancy Centre (CPCs) vêm sendo aconselhadas sobre uma possível relação entre o aborto e abuso sexual. Segundo uma conselheira do órgão, o fato de abortar pode tornar as mulheres mais propensas a abusar sexualmente das crianças que virão a ter. As informações são do site Belfast Telegraph. Uma repórter anônima […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Mulheres que frequentam os Crisis Pregnancy Centre (CPCs) vêm sendo aconselhadas sobre uma possível relação entre o aborto e abuso sexual. Segundo uma conselheira do órgão, o fato de abortar pode tornar as mulheres mais propensas a abusar sexualmente das crianças que virão a ter. As informações são do site Belfast Telegraph.

Uma repórter anônima do jornal Daily Telegraph se passou por uma mulher fazendo perguntas sobre aborto. Ela recebeu orientações sobre os riscos, incluindo pesadelos, convulsões e tremores. Em uma filmagem oculta, um conselho chamou atenção. “Também existe um aumento estatístico sobre a probabilidade de abuso de crianças.”

A conselheira, chamada Annabel, afirmou ainda que, quando uma mãe tem um filho, afloram os instintos maternais em torno da criança e também se reforçam as barreiras que a cercam. “No intuito de fazer um aborto, você quebra estas barreiras, basicamente, e algumas pessoas acham difícil colocá-las novamente no lugar”.

A repórter então questiona: “então eu poderia estar mais propensa a abusar de uma criança?”. A conselheira afirma que não está se referindo a muitas pessoas. “Obviamente é uma porcentagem baixa, mas parece haver uma correlação”, pontua. “Que tipo de abuso? Sexual?”, continuou a repórter. “Sim…eu acho que é porque isso pode confundir as relações com uma criança”, rebateu Annabel.

As observações foram feitas no Central London Crisis Pregnancy Centre (CLWC). A mesma conselheira disse ainda que a mulher que aborta pode aumentar o seu risco de se tornar estéril, além de alertar sobre o risco de infecção que, segundo ela, “é muito comum”.

O Royal College of Obstetricians and Gynaecologists disse ao jornal que não existem evidências científicas que sugerem esta relação entre o aborto e o abuso sexual infantil. Eles acrescentaram que o risco de a mulher se tornar infértil é “muito, muito baixo”.

Os CPCs são grupos irregulares concentrados em todo Reino Unido, que se promovem como serviços de consultoria para mulheres que tentam lidar com a gravidez indesejada.

O Telegraph lançou esta investigação depois de receber a informação de que alguns centros vêm oferecendo informações médicas imprecisas.

Conteúdos relacionados