Liderança indígena sofre ameaças em cidade de MS
Um líder indígena guarani-kaiowá da aldeia Guyra Kambi’y, em Douradina, 194 quilômetros de Campo Grande, foi ameaçado na última sexta-feira (15), por um homem armado. No mesmo dia, o MPF (Ministério Público Federal), recebeu a denúncia. O indígena voltava de uma reunião na Prefeitura da cidade quando foi abordado por um homem desconhecido, que após […]
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Um líder indígena guarani-kaiowá da aldeia Guyra Kambi’y, em Douradina, 194 quilômetros de Campo Grande, foi ameaçado na última sexta-feira (15), por um homem armado. No mesmo dia, o MPF (Ministério Público Federal), recebeu a denúncia.
O indígena voltava de uma reunião na Prefeitura da cidade quando foi abordado por um homem desconhecido, que após questionar nomes de líderes da comunidade, exibiu armas e deixou o alerta: “com isto aqui a gente resolve o problema”.
O autor continuou acompanhando o índio até a entrada de uma vila, quando a bicicleta do líder indígena apresentou problemas na corrente, momento em que parou e conseguiu fugir correndo. O Ministério Público Federal já iniciou a investigação para identificar o autor da ameaça.
Histórico de violência
Essa não é a primeira vez que líderes de comunidades indígenas são ameaçados em Mato Grosso do Sul. A violência na luta pela terra já resultou na inserção de índios no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, da Secretaria de Direitos Humanos Presidência da República, e trouxe ao estado militares da Força Nacional.
Nos últimos anos, os guarani-kaiowá acumulam episódios de ameaça e de retirada forçada de seus territórios tradicionais. No ano de 2012, homens armados cercaram acampamento Arroyo Korá, em Paranhos, que reunia cerca de 400 indígenas. Tiros foram disparados e as colheitas da comunidade, queimadas. Um índio desapareceu.
Em 2011, o cacique Nísio Gomes foi executado com tiros na cabeça na comunidade indígena Guaiviry, no município de Amambai. No mesmo ano, índios do acampamento Puelito Kue, em Iguatemi foram atacados por pistoleiros. Vários indígenas ficaram feridos e o acampamento, às margens de uma estrada vicinal, foi totalmente destruído.
Em setembro de 2009, os guarani-kaiowá de Curral do Arame, na BR 463, a 10 km de Dourados, foram agredidos por um grupo de homens que entrou no acampamento atirando em direção aos barracos. Um índio de 62 anos foi ferido por tiros; outros indígenas, agredidos; e barracos e objetos foram queimados.
Um mês depois, em outubro de 2009, os professores indígenas Jenivaldo Vera e Rolindo Vera foram mortos durante expulsão do Tekoha Ypo´i, na Fazenda São Luiz, em Paranhos. Os dois professores foram mortos e os corpos, ocultados. O corpo de Jenivaldo foi encontrado uma semana depois dentro no Rio Ypo´i, próximo ao local do conflito. Rolindo Vera jamais foi encontrado.
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