Índios dizem que não vão deixar usina colher cana-de-açúcar em fazenda de MS

Os índios Guarani Kaiowá que estão acampados na terra indígena Apyka’i, às margens da rodovia BR-463, em Dourados, divulgaram um vídeo em que cobram a demarcação e homologação das terras indígenas e afirmam que não vão deixar os fazendeiros cortarem a cana-de-açúcar plantada na propriedade. “Chega da usina aproveitar a terra. Não vou deixar mais […]

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Os índios Guarani Kaiowá que estão acampados na terra indígena Apyka’i, às margens da rodovia BR-463, em Dourados, divulgaram um vídeo em que cobram a demarcação e homologação das terras indígenas e afirmam que não vão deixar os fazendeiros cortarem a cana-de-açúcar plantada na propriedade. “Chega da usina aproveitar a terra. Não vou deixar mais cortar cana aqui e nem passar veneno. Deixa apodrecer”, diz a cacica Damiana Cabanha, 73 anos. 

No vídeo, a liderança afirma que os indígenas não vão sair das terras que pertenceram aos antepassados. “Meu pai morreu aqui no Tekoha. Os fazendeiros colocaram fogo e queimou tudo”, diz.  O vídeo foi divulgado na página da Campanha pela Demarcação da Terra Indígena Apyka’i .

A liderança relembra o assassinato do Cacique Marco Verón, liderança guarani-kaiowá e denuncia a presença constante de pistoleiros rondando a região do acampamento indígena. “O guarani usa só flecha, os pistoleiros usa revólver. Qualquer hora o fazendeiro vem me matar aqui. Não vou sair não vou ficar aqui”, diz. “Tem 14 famílias aqui. Não vou correr. Vou pisar firme no Tekoha”, acrescenta Damiana.

De acordo com publicado na página, por sete vezes, a liderança e os familiares tentaram retornar a terra Apyka’i, onde se encontram enterrados seus antepassados. Neste período, a cacica conta que seis parentes seus foram mortos atropelados na rodovia ou envenenados por agrotóxico.

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