Golpistas desviaram dinheiro de sindicato em Três Lagoas para comprar motos de luxo

A Polícia Civil de Três Lagoas, município distante 326 quilômetros da Capital, desencadeou na terça-feira (20) a “Operação Ata”, com objetivo de prender uma associação criminosa, responsável por golpe que causou prejuízo de mais de R$ 150 mil ao Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil, Imobiliário e Cerâmico de Três Lagoas (Sintricom-TL). De […]

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A Polícia Civil de Três Lagoas, município distante 326 quilômetros da Capital, desencadeou na terça-feira (20) a “Operação Ata”, com objetivo de prender uma associação criminosa, responsável por golpe que causou prejuízo de mais de R$ 150 mil ao Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil, Imobiliário e Cerâmico de Três Lagoas (Sintricom-TL).

De acordo com a assessoria da Polícia Civil, a associação era liderada por Gilson Brito de Frazão, de 23 anos, que está foragido. O ex-secretário, Luiz Carlos de Barros Salles, de 52 anos, também estava envolvido no golpe e foi preso. Eles são acusados de apresentar notas fiscais frias para justificar emissão de cheques do Sintricom, que foram descontados por eles.

O delegado da 1ª Delegacia de Polícia Civil, Paulo Rosseto, responsável pelas investigações, disse que, com o dinheiro, Gilson comprou diversos bens em nome de terceiros, entre eles duas motocicletas, avaliadas em R$ 39 mil.

A Polícia Civil ainda investiga a participação de empresas no esquema criminoso. Segundo Rosseto, foram descobertas várias notas fiscais frias emitidas por Conrado Nogueira da Silva, que somados os valores ultrapassam R$ 30 mil. O delegado afirma que sete pessoas que participaram diretamente do golpe já foram indiciadas.

Operação Ata

A operação foi iniciada após Gilson procurar a Polícia Civil e registrar um boletim de ocorrência, fazendo falsa denúncia de que outra pessoa havia falsificado as assinaturas e a ata de uma assembleia do Sintricom, através da qual ele foi destituído do cargo, com os demais membros da diretoria.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Gilson e outras duas pessoas redigiram uma falsa declaração, na qual as pessoas que de fato participaram da assembleia dizem que a reunião não existiu e que as assinaturas existentes na ata seriam falsas. “As assinaturas foram submetidas a exames grafotécnicos e comprovamos que são verdadeiras”, relata Rosseto.

Mesmo com o exame grafotécnico positivo, segundo o delegado, Luiz Carlos nega que as assinaturas tenham sido feitas por ele. Porém, Roberto de Souza Silva, que também fazia parte da diretoria do Sindicato, disse em depoimento à polícia que Luiz Carlos afirmou ter recebido de Gilson a quantia de R$ 6 mil para fazer a falsa declaração.

De acordo com o delegado, o desafio da Polícia Civil agora é reaver os valores que foram retirados do caixa do Sintricom. “É um dinheiro que pertence a trabalhadores três-lagoenses e a conduta dos acusados demonstra total desrespeito com eles”, diz Rosseto.

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