Dólar fecha em alta com ajuste e preocupações com China

O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira, em linha com outros mercados emergentes, em meio a preocupações com as perspectivas de crescimento da China e num movimento de correção após aproximar-se na véspera do piso informal de R$ 2,20. A moeda americana avançou 0,37% a R$ 2,2170. Na véspera, recuou 0,21% e […]

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O dólar fechou em alta ante o real nesta terça-feira, em linha com outros mercados emergentes, em meio a preocupações com as perspectivas de crescimento da China e num movimento de correção após aproximar-se na véspera do piso informal de R$ 2,20.

A moeda americana avançou 0,37% a R$ 2,2170. Na véspera, recuou 0,21% e voltou à casa dos R$ 2,20. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em cerca de US$ 1 bilhão. “Vimos um movimento de aversão a risco global. A preocupação com a China continua pairando e as moedas emergentes sofreram por isso”, disse o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. O dólar fortalecia-se cerca de 1% sobre o peso chileno, o rand da África do Sul, entre outras.

Nesta terça-feira, o chefe do departamento de comércio exterior no Ministério do Comércio da China, Zhang Ji, afirmou que a segunda maior economia do mundo pode não cumprir a meta de crescimento do comércio pelo terceiro ano consecutivo em 2014.

Apesar disso, expectativas de que o país pode adotar estímulos econômicos para amortecer a desaceleração têm limitado o pessimismo. O euro era negociado perto da estabilidade ante o dólar, embora a perspectiva de estímulos do Banco Central Europeu (BCE) tenha alimentado apostas de depreciação da moeda europeia. No Brasil, o câmbio também refletia movimento de ajuste técnico. Na véspera, o dólar chegou a tocar em R$ 2,2039 na mínima intradia, mas não encontrou forças para romper o nível de R$ 2,20.

Boa parte do mercado acredita que o Banco Central brasileiro quer a divisa dos EUA entre R$ 2,20 e R$ 2,25, pois não seriam inflacionários e não prejudicariam as exportações. A moeda dos EUA tem oscilado dentro dessa banda desde o início de abril. “Por causa do BC, toda vez que a gente se aproxima de R$ 2,20, o mercado fica cauteloso e o pessoal compra dólar”, afirmou o operador de uma corretora internacional.

Pela manhã, a autoridade monetária vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. Todos os swaps vendidos vencem em 2 de fevereiro do próximo ano e têm volume equivalente a US$ 198,4 milhões. Também foram ofertados contratos para 1º de dezembro deste ano, mas nenhum foi vendido.

Desde março, além dos swaps para dezembro, o BC vinha colocando diariamente contratos com vencimento em março de 2015, cujo estoque é equivalente a US$ 10,238 bilhões, próximo aos montantes que vencem nos próximos meses. Agora, ofertou papeis com vencimento para fevereiro de 2015. De acordo com o operador de um importante banco nacional, a mudança em parte do vencimento das rações diárias deve ter ocorrido para manter homogênea a quantidade mensal de swaps que estão vencendo.

No fim da manhã, o BC também vendeu a oferta total de swaps em leilão de rolagem. Até agora, foram rolados pouco mais de 30% do lote total que vence no próximo mês, equivalente a US$ 9,653 bilhões.

Após o fechamento, a autoridade monetária anunciou para quarta-feira a realização da oferta diária com até 4 mil contratos de swap para 1º de dezembro deste ano e 2 de fevereiro do ano que vem. E divulgou também o leilão de até 5 mil papéis para 1º de abril e 1º de julho de 2015 com objetivo de rolar swaps que vencem em 2 de junho.

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