De estatização a criação de rede à gestante, candidatos mostram propostas para saúde

Os seis candidatos ao governo do Estado apresentaram suas propostas para melhorar a saúde pública em Mato Grosso do Sul. Registrados no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), os planos de governo de cada postulante apontam as principais dificuldades no setor, os desafios e revelam como pretendem melhorar a saúde pública para a população. As propostas vão […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Os seis candidatos ao governo do Estado apresentaram suas propostas para melhorar a saúde pública em Mato Grosso do Sul. Registrados no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), os planos de governo de cada postulante apontam as principais dificuldades no setor, os desafios e revelam como pretendem melhorar a saúde pública para a população. As propostas vão desde a estatização de hospitais a criação de uma rede de atenção especial para gestantes, bebês e puérperas.

O candidato à sucessão estadual, Delcídio do Amaral (PT), elencou quatro obstáculos na saúde e aponta diretrizes para solucionar alguns gargalos na saúde pública. Segundo a proposta de governo registrada no TRE-MS, o candidato cita o prescrito na Constituição Federal, de que a saúde é direito de todos e dever do Estado.

Um dos problemas listados está na definição do SUS (Sistema Único de Saúde) sobre as fontes de recursos para financiamento. No plano de governo de Delcídio, ele afirma que “o SUS esperou 23 dos seus 26 anos de existência para ter uma definição clara sobre as fontes de recursos para financiá-lo, ainda assim, de forma insuficiente”.

O segundo obstáculo, de acordo com o candidato petista, está no modelo de atenção à saúde, centrado na estrutura hospitalar, e cuja cobertura à população atendida pela rede básica de saúde está aquém do desejável. O terceiro problema apontado por Delcídio está na dificuldade de parcela de gestores do SUS em compreender a mudança de idade da população.

Já, o quarto e último problema seria a consequência direta da mudança do padrão demográfico e perfil das doenças registradas. O candidato petista coloca a violência como um dos maiores problemas de saúde pública, e não apenas de segurança.

As diretrizes indicadas por Delcídio como formas para solucionar a saúde pública seria o fortalecimento da rede de atenção básica de saúde, que envolvem a Saúde da Família e Saúde na Escola; fortalecer a atenção especializada de média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar, regionalizando as Redes (micro e macroregião) em ambulatorial, hospitalar e hemorredes.

Outros meios de melhorar a saúde seria fortalecer a vigilância em saúde tanto epidemiológica quanto sanitária; profissionalizar a gestão e valorizar profissionais da saúde e implantar política de formação continuada aos profissionais da saúde no Estado.

Com o foco nas pessoas, o plano de governo do Partido Progressista contém muitas diretrizes apresentadas nas eleições municipais em 2012. O candidato ao governo do Estado, Evander Vendramini, salienta 11 pontos “para mudar a vida dos sul-mato-grossenses”, conforme o plano registrado no TRE-MS, como o Saúde em Ação, que entre outros pontos, pretende combater uma prática comum nos municípios do interior, o “ambulancioterapia”, um dos grandes fatores de superlotação dos hospitais.

De acordo com o plano de governo de Vendramini, serão elaborados projetos simples em parcerias com as prefeituras. Os dois carros-chefes apresentados no plano, são o Consulta Única e Fila Zero, implantados na Capital pelo ex-prefeito Alcides Bernal, que disputa uma vaga no Senado.

O candidato do PSTU, Professor Monje, considerou em seu plano de governo, que a saúde será uma das prioridades na administração. Segundo o plano da sigla, uma das soluções para a saúde pública está a expansão da rede hospitalar pública e do sistema público de saúde para atendimento da população, com realização de concursos e criação imediata de forças-tarefas de emergências para o combate de endemias.

O partido também aposta na estatização dos hospitais filantrópicos e privados e estatização de toda a assistência médica, incluindo a reversão das privatizações e terceirizações já realizadas, assim como a expropriação dos hospitais e convênios. Monje aponta a destinação de 10% do PIB para a saúde.

Além da ampliação do pessoal da área da saúde por meio de concursos públicos, com aumentos salariais e 30 horas de jornada de trabalho. Outro meio para melhorar a saúde, seria a cobertura de 100% de atendimento da população pelo plano de saúde familiar e estabelecer como prazo máximo de uma semana para consultas com especialistas, e meia hora para consultas nos Prontos Socorros.

Para o candidato Nelsinho Trad (PMDB), a saúde está no centro do debate dos problemas brasileiros, e um dos principais motivos para o caos na saúde pública está na redução da participação do governo federal no financiamento do setor, que desde 2011 custeia 44,7%.

Segundo o plano de governo registrado no TRE-MS, o candidato peemedebista pretende adotar algumas medidas e ampliar o investimento. Modernizar a gestão da saúde e fortalecer mecanismos que favoreçam o acesso das pessoas aos serviços de saúde; tornar a atenção primária mais resolutiva, ordenadora da rede e coordenadora do cuidado; fortalecer o enfrentamento às violências; implementar a instalação dos centros de especialidades odontológicas e redes de atenção às urgências, seriam algumas das medidas apresentadas.

Outras propostas de Trad seria regionalizar os serviços de saúde, com a construção de hospitais nos municípios de Três Lagoas, Dourados e Corumbá, e implantar o centro de parto normal e casa de apoio à gestante, bebê e puérpera, nos municípios de Campo Grande, Corumbá e Dourados.

Reinaldo Azambuja (PSDB), afirma em seu plano de governo, registrado no TRE-MS, que a setor da saúde deve ser “a prioridade das prioridades”, e também aponta a redução da participação do governo federal como uma das causas principais para o caos na saúde pública, e revela que o valor do repasse ao governo estadual é insuficiente para manter o sistema em funcionamento.

Em seu plano de governo, e assim como os demais candidatos, Azambuja lista uma séria de problemas no setor que atinge a população, como a redução do número de leitos de internação, estrutura, falta de médicos, especialistas e medicamentos, infraestrutura inadequada e ausência de equipamentos, baixa cobertura dos programas de prevenção às doenças, filas de até três anos de espera para cirurgias, e ausência de políticas de humanização do atendimento, entre outros.

Para o candidato tucano, algumas alternativas poderiam melhorar o quadro no setor em Mato Grosso do Sul, como a valorização dos servidores da saúde com a implantação do sistema de meritocracia e garantia de qualificação; regionalizar a saúde; integrar as ações e serviços de rede de atenção de saúde; criação e implantação do Pronto Atendimento ao Idoso; ampliar atendimento odontológico na rede pública, incluindo nos fins de semana e humanizar o atendimento.

O candidato Sidney Melo (PSOL) também elenca uma série de problemas diagnosticados na saúde, em seu plano de governo, como filas extensas, demora no atendimento, falta de remédios e de profissionais da área. Para o partido, as questões de saúde passam pelos problemas sociais e econômicos, e para isso, o PSOL defende a implementação do SUS em todas as regiões do Estado, auditorias frequentes das verbas do SUS, combate aos vetores transmissores de doenças, e fortalecimento do programa Médico da Família.

Sidney Melo propõe adotar, de acordo com o plano de governo, contratações imediatas de profissionais de todas as categorias da saúde por meio de concurso público e promover plano de carreiras unificado para os trabalhadores da saúde; aplicar e modernizar o programa Saúde da Família; expansão da rede hospitalar de urgência e emergência e de atenção ambulatorial especializada; garantir desenvolvimento, recursos e investimentos para programas especiais voltados para as mulheres, negros, indígenas, LGBT, portadores de deficiência, idosos, crianças e juventude.

Conteúdos relacionados