Crise na Venezuela desencadeia ‘batalha online’

Em meio à onda de protestos pró e contra o governo da Venezuela, cresce nas redes sociais uma “batalha virtual” sobre os rumos da política do país. O Twitter, em particular, entrou em clima de alta-tensão desde que três manifestantes foram mortos, na semana passada, ao final de um protesto da oposição. O país já […]

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Em meio à onda de protestos pró e contra o governo da Venezuela, cresce nas redes sociais uma “batalha virtual” sobre os rumos da política do país. O Twitter, em particular, entrou em clima de alta-tensão desde que três manifestantes foram mortos, na semana passada, ao final de um protesto da oposição.

O país já é, em geral, um importante polo de uso de Twitter. E, com poucas notícias sendo transmitidas a respeito do protesto nas principais emissoras de TV e rádio, muitos venezuelanos têm se voltado às redes sociais em busca de informações.

Na noite desta terça-feira, após a prisão do líder oposicionista Leopoldo López, diversas hashtags a favor e contra os protestos estavam entre os principais assuntos do momento no Twitter, como #ResistenciaVzla e #18FLeopoldoTeAcompano.

Algumas das hashtags mais populares entre a oposição estão em inglês (#prayforVenezuela e #sosVenezuela) e, até terça-feira desta semana, haviam sido tuitadas mais de 1,2 milhão de vezes; elas ganharam popularidade não apenas no país, mas também nos Estados Unidos, que abriga uma considerável colônia de expatriados venezuelanos.

Seguidores

A conta de Twitter de López (que se entregou à Guarda Nacional, em uma rendição acordada com o presidente Nicolás Maduro) é a que mais ganha seguidores no momento no país, segundo o site de análise de mídias sociais Socialbakers.

López tem popularizado a hashtag #lasalida (a saída), movimento que pede a renúncia de Maduro – o que levou muitos venezuelanos a acusarem-no de tentar promover um golpe de Estado.

O governo, bem como seus simpatizantes, também estão usando as redes sociais com grande intensidade, explica Billy Vaisberg, que coordena um site de monitoramento do uso do Twitter na Venezuela.

“É como uma batalha virtual”, diz ele, entre simpatizantes de governo e oposição tentando fazer com que suas hashtags sejam as mais comentadas.

O ex-presidente Hugo Chávez, que inicialmente foi um crítico do Twitter, depois sucumbiu e se tornou um grande usuário da rede social, estimulando muitos venezuelanos a abrirem uma conta na rede.

Hoje, muitas autoridades venezuelanas passaram a adotar o Twitter – em vez de comunicados à imprensa – para anunciar notícias importantes. Uma das mais populares hashtags pró-governo é #tropa, usada para convocar aliados para uma variedade de causas simpáticas ao governo.

Na quarta-feira da semana passada, nas horas que se seguiram aos protestos estudantis em Caracas, havia relatos – confirmados pelo Twitter – de que algumas imagens específicas haviam sido bloqueadas na rede social, supostamente a pedido do governo.

Já o governo criticou usuários da rede por circularem imagens “falsas”, depois de usuários terem postado fotos que alegavam terem tirados nas ruas da Venezuela, mas cuja origem foi rastreada a lugares como Egito, Grécia e Espanha.

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