CPI da Saúde ‘corrige’ prestação de contas e valor passa de R$ 214 mil para R$ 330 mil
Somente com consultores foram gastos R$ 132.764,00. Entre os agraciados, há desde profissionais liberais já contratados pela Assembleia até um ex-secretário estadual.
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Somente com consultores foram gastos R$ 132.764,00. Entre os agraciados, há desde profissionais liberais já contratados pela Assembleia até um ex-secretário estadual.
Publicada nesta segunda-feira (10) no Diário Oficial da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul a nova prestação de contas da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a Saúde no Estado (CPI da Saúde) e os gastos saltaram de R$ 214.992,94 para R$ 330.427,23.
Em dezembro, o deputado estadual Amarildo Cruz (PT) sinalizou ao Midiamax que o valor passaria dos R$ 300 mil. Porém, na semana passada (6), foi divulgado o primeiro relatório contendo o valor menor.
Na primeira prestação de contas, foi divulgado que foram feitas três transferências de valores. A primeira de R$ 124.903,07, a segunda de R$ 70.180,00 e uma terceira de R$ 34.963,15, resultando em uma entrada de dinheiro de R$ 230.046,22. No entanto, foram devolvidos R$ 15.053,28 para a Assembleia em um cheque, resultando em um gasto de R$ 214.992,94.
Agora, os valores transferidos para a CPI aparecem diferentes da primeira divulgação. A primeira transferência é de R$ 107.412,00, a segunda de R$ 65.000,00, a terceira de R$ 67.989,00 e uma quarta de R$ 70.180,00, totalizando R$ 310.581,00 em repasses.
Entretanto, o valor total divulgado de gastos é de R$ 330.427,23, resultando em uma diferença de R$ 19.846,23 e um saldo divulgado de R$ 15.116,92. Este valor é exatamente o que aparece na divulgação anterior como um depósito em conta corrente no dia 18 de dezembro de 2013 para a CPI da Saúde.
Em contato com o deputado Amarildo Cruz, o mesmo declarou que a publicação era do financeiro da Assembleia Legislativa. A reportagem tentou contato, mas não conseguiu.
Consultores
Somente com consultores foram gastos R$ 132.764,00. Entre os agraciados, há desde profissionais liberais já contratados pela Assembleia até ex-secretários estaduais ligados ao PT. Com os maiores pagamentos aparecem na lista o advogado Ronaldo de Souza Franco (R$ 22.085,6), o cientista político Saulo Monteiro de Souza (R$ 18.035,6), a psicóloga Lilian Regina Zeola (R$ 9.760,4), o advogado Rafael Meirelles Gomes de Avilla ( R$ 9.760,4), a jornalista Evellyn Rabelo Ferreira (R$ 8.029,24) e o médico e sindicalista Ronaldo de Souza Costa (R$ 5.729,97).
Entre aqueles que já possuem cargos na Assembleia Legislativa são discriminados valores que variam de R$ 500 a R$ 2 mil, sempre nominados como “ajuda de custo”. Outras despesas são com recibos sobre informática, transporte, alimentação, hospedagem, tanto aos deputados, quanto aos assessores e taxas bancárias. No final, a Comissão ainda devolveu R$ 15.053,28 para a Mesa Diretora.
Fizeram parte da CPI os deputados estaduais Amarildo Cruz – presidente, Lauro Davi (PROS) – vice-presidente, Junior Mochi (PMDB) – relator, Eduardo Rocha (PMDB) – vice-relator e Onevan de Matos (PSDB) – membro.
A CPI visitou 14 hospitais em todo o Estado, ouviu 96 pessoas em 35 audiências e analisou mais de 70 mil documentos. O relatório final foi apresentado no dia 2 de dezembro do ano passado, com 104 páginas e foi aprovado pela maioria. Porém, não indiciou ninguém.
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