Com prazo em agosto, começam as obras da usina de Tratamento de Resíduos do lixão

Após lei nacional determinar que os municípios fechem lixões a céu aberto até agosto, a construção de uma UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos), em substituição ao lixão, foi retomada pelo consórcio CG Solurb, empresa que faz os serviços de limpeza da Prefeitura de Campo Grande. A criação da UTR foi a solução encontrada pela […]

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Após lei nacional determinar que os municípios fechem lixões a céu aberto até agosto, a construção de uma UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos), em substituição ao lixão, foi retomada pelo consórcio CG Solurb, empresa que faz os serviços de limpeza da Prefeitura de Campo Grande.

A criação da UTR foi a solução encontrada pela Prefeitura de Campo Grande para resolver o problema do lixão, que estava interditado por ordem judicial. O local não estava cumprindo o TAC (Termo de Ajuste de Conduta), firmado com o Ministério Público do Trabalho a fim de garantir melhores condições de trabalho aos catadores.

De acordo com o superintendente da Solurb, Élcio Terra, a área já começou a ser limpa e dentro de cinco a sete dias se iniciam os trabalhos da construção. Terra disse que o valor da obra é de R$ 3 milhões, dinheiro de recursos próprios da empresa.

A previsão é que a obra seja concluída até 31 de janeiro de 2015, mas a empresa quer entregar antes do prazo final. “Estamos com nossa equipe a todo vapor para que consigamos entregar antes do prazo estipulado”, diz Terra.

A UTR terá uma área de 1.200 metros quadrados com um pátio de 2 mil metros quadrados. O muro de arrimo já está pronto para receber 18 mil metros quadrados de terra para aterrar a área. Ainda de acordo com o superintendente, a unidade não terá nenhuma tecnologia diferente da atual, o objetivo é diminuir o impacto negativo na saúde humana,e melhorar  o ambiente.

As instalações da UTR contam com o prédio administrativo, balança rodoviária, depósito e setor de material reciclável. O objetivo é tratar e dar destinação adequada aos resíduos sólidos produzidos, coletar e acondicionar resíduos sólidos, reciclar resíduos orgânicos e inorgânicos e promover inclusão social, geração de emprego e renda, educação ambiental e preservação do meio ambiente.

A unidade vai receber os caminhões que vão subir pela rampa e despejar todo o material recolhido, que cai dentro de um cone e são distribuídos para as esteiras (cerca de três ou seis ainda a serem definidas) para os catadores realizarem a seleção dos materiais.

O superintendente disse que a UTR vai facilitar o trabalho de catadores porque vai tornar o processo de seleção mais específico. “Quando o lixo vier do cone para as esteiras cada catador vai ficar focado em um tipo só de produto, como por exemplo, garrafa pet”, explica.

Terra revelou que com essa nova unidade serão necessários cerca de 500 catadores para atender toda a demanda. “A UTR vai facilitar muito e com isso serão necessários cerca de 500 catadores para atender toda a demanda. Atualmente temos em torno de 50 pessoas trabalhando aqui, número pequeno para o processo”, afirma.

Todo material que entrar na unidade e identificado em inspeção prévia na balança como reciclável vai para a usina de triagem e será operacionalizado pela cooperativa de catadores.

Catadores

De acordo com a presidente da Atmaras-MS (Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis dos Aterros Sanitários de MS), Gilda Macedo, a retomada da construção da UTR é muito importante para a categoria porque vai melhorar a forma de trabalhar e abrir mais oportunidades para outros trabalhadores.

Gilda disse que agora é preciso formalizar os catadores com a cooperativa para que o trabalho seja fortalecido e igualitário para todos. “Terminando a obra vamos ter bastante trabalho e isso só vai agregar melhorias para todos nós, mas é preciso que o catador se filie à cooperativa”, ressalta.

A presidente disse que com o aumento na demanda será preciso mais trabalhadores, podendo serem abertos dois turnos. “Com essa demanda vai precisar de mais catadores e dessa forma vamos poder dividir em dois turnos para a unidade funcionar 24 horas”, diz.

Já o presidente da Coopermara-MS (Cooperativa dos Catadores de Materiais Recicláveis dos Aterros Sanitários), Daniel Arguelho, o ganho que a categoria vai obter com a UTR serão na melhoria na estrutura física. “Com certeza o espaço físico vai melhorar bastante porque atualmente trabalhamos precariamente”, ressalta.

Em relação ao aumento no número de catadores, Arguelho revela que só será possível se for ampliada a coleta em Campo Grande. “Se a Solurb aumentar a coleta com certeza vamos precisar de mais catadores para atender à demanda”, ressaltou.

Arguelho disse também que os catadores estão em cursos de capacitação para operar o maquinário. “Estamos sempre fazendo cursos de capacitação para operar as máquinas e também contamos uma assessoria técnica que sempre nos ajuda”, finaliza.

O presidente disse que o momento é de mudança e que os catadores precisam se adequar. “Agora é outro momento e os catadores que trabalham no lixão precisam se adequar. Eles vão sair de um lugar insalubre para um local adequado e precisam pensar no coletivo para permanecer aqui”, conclui.

Reajuste do TAC

O consórcio CG Solurb já reestruturou a TAC em que alguns itens não estavam sendo cumpridos. A empresa já fornece o EPI (Equipamento de Proteção Individual), limpeza diária dos banheiros, área de convivência, plano de trânsito e está fazendo que os catadores respeitem a distância necessária das máquinas para a segurança.

O superintendente disse que muitas destas tarefas eram de responsabilidade dos catadores, mas para se adequar a empresa resolveu assumir as obrigações para tornar o convívio melhor para todos que trabalham no local.

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