Casos de Aids continuam concentrados nas grandes cidades

Pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) descobriram que a estabilidade da mortalidade por Aids no Brasil pode mascarar as desigualdades regionais. As descobertas renderam o artigo Geografia social da Aids no Brasil: identificando padrões de desigualdades regionai…

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Pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) e do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) descobriram que a estabilidade da mortalidade por Aids no Brasil pode mascarar as desigualdades regionais.

As descobertas renderam o artigo Geografia social da Aids no Brasil: identificando padrões de desigualdades regionais, publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz.

Os resultados indicam que, entre 1998 e 2008, a epidemia encontrava-se em expansão no Norte e Nordeste, enquanto declinava no restante do País, acentuadamente no Sudeste. Para os pesquisadores, os determinantes sociais da saúde e disparidades regionais devem ser levadas em conta na formulação de programas e políticas relativos a Aids.

Concentração

A pesquisa observa que o maior acúmulo de casos ocorre nas cidades costeiras e grandes áreas metropolitanas. A epidemia continua concentrada nas grandes cidades, e a mudança para o interior é caracterizada por pequenas ou médias subidas e descidas nos relatórios, exibindo uma combinação heterogênea de estabilidade, declínio e expansão, que ocorre de forma diferente nas diversas regiões do País.

Além disso, muitos municípios com altas taxas de incidência estão localizados em áreas ao longo das principais rodovias federais. “Rodovias podem levar a diferentes mudanças no ambiente social e desempenham papéis distintos na disseminação e manutenção de doenças e ameaças à saúde, tais como a transmissão e a violência HIV, uma vez que funcionam como ligações entre locais isolados”, apontam.

Os dados históricos da doença mostram que, desde 1996, houve uma queda constante da mortalidade por Aids; o aumento da incidência da doença não foi acompanhado por um aumento proporcional no número de mortes. Enquanto isso, o Sudeste também apresentou uma queda na incidência desde 1998, embora menos acentuada do que a diminuição da mortalidade. De 1999 a 2007, 290.189 novos casos de Aids foram notificados no Brasil. O ano de 2002 apresentou o maior número de novos casos (35.463), e tem havido um declínio no número desde 2003. A taxa de incidência nacional aumentou de 16,10 casos/100.000 habitantes em 1999, para 20.31/100.000 em 2002.

O artigo Geografia social da Aids no Brasil: identificando padrões de desigualdades regionais foi publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, vol. 30 n.2 , de fevereiro de 2014.

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