Campos diz que governo não pode mentir sobre setor energético de olho na eleição
O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, cobrou responsabilidade do governo federal nesta sexta-feira e disse que o Executivo não pode mentir à população sobre a real situação do setor energético para priorizar seus objetivos eleitorais. Em entrevista coletiva no intervalo de um encontro com membro da coligação PSB-Rede-PPS-PPL para discutir questões energéticas, Ca…
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O pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, cobrou responsabilidade do governo federal nesta sexta-feira e disse que o Executivo não pode mentir à população sobre a real situação do setor energético para priorizar seus objetivos eleitorais.
Em entrevista coletiva no intervalo de um encontro com membro da coligação PSB-Rede-PPS-PPL para discutir questões energéticas, Campos disse que o setor vive seu pior momento na história, pior inclusive que no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e citou cálculos que apontam 46 por cento de risco de racionamento de energia.
“É quase como jogar um cara-e-coroa”, criticou o presidenciável socialista, que responsabilizou diretamente a presidente Dilma Rousseff pela situação.
“Quem conduz essa política há 12 anos? A sua excelência a presidente da República”, disse, numa referência ao período em que Dilma foi ministra de Minas e Energia e ministra-chefe da Casa Civil.
O ex-governador disse que o governo federal endividou as famílias sem o consentimento delas ao postergar o aumento das tarifas de energia, numa referência ao uso de recursos do Tesouro para reduzir as tarifas energéticas. Ele também criticou a situação do setor de etanol e da Petrobras.
Campos aproveitou também para criticar a gestão do setor elétrico no período de governo do PSDB. “Os dois erraram”, disse.
“Hoje é o sujo falando do mal lavado. A crítica que o PSDB faz hoje é a mesma que o PT fazia em 2001”, disse.
O ex-governador de Pernambuco também respondeu a críticas feitas por Dilma, que afirmou que a defesa que Campos faria de uma meta de inflação de 3 por cento ao ano geraria perdas sociais e aumento do desemprego.
Campos esclareceu que defende o cumprimento do centro da meta atual, que é de 4,5 por cento ao ano, para futuramente, em 2019, discutir a redução do centro desta meta como, segundo ele, foi feito em países vizinhos como o Chile.
Atualmente, a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está perto do teto da meta, de 6,5 por cento.
Segundo Campos, mesmo esse índice é artificial, por conta do controle exercido pelo governo sobre os preços administrados.
“O que corrói conquistas sociais é inflação em alta”, disse.
“A partir de 1º de janeiro ela (Dilma) ela vai ver como se atinge o centro da meta sem afetar o emprego”, alfinetou.
PESQUISAS: OTIMISMO
O socialista também comentou a pesquisa do instituto Datafolha, que o coloca na terceira posição com 11 por cento das intenções de voto.
Segundo Campos, o fato de o levantamento apontar que 25 por cento do eleitorado o conhece é um bom sinal e indicou esperar aumentar sua intenção de voto com o início da campanha eleitoral em rádio e TV.
“O ponto que todas as pesquisas têm apresentado… é que passo a passo o desejo de mudança só vai se ampliando”, avaliou.
“Eu vejo as pesquisas neste instante com muito otimismo.”
Ao lado de sua pré-candidata a vice, a ex-senadora Marina Silva, Campos lembrou da trajetória da aliada na eleição de 2010, quando ela terminou o primeiro turno com 20 por cento dos votos.
“Nunca tive dúvida de que essa eleição será em dois turnos e está completamente aberta”, disse. “Nós vamos largar (no início da campanha em rádio e TV) do lugar onde ela (Marina) chegou”, afirmou.
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