Apesar da lei, campo-grandense não se interessa por conhecer cozinha de restaurantes

Aprovado desde o fim do ano passado, o projeto de lei 5938/13, que autoriza clientes de bares e restaurantes a visitarem as instalações das cozinhas durante o horário de expediente ainda não virou hábito. Em Campo Grande são poucos os que têm curiosidade de conhecer onde é feito o alimento servido nos restaurantes. Proprietário do […]

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Aprovado desde o fim do ano passado, o projeto de lei 5938/13, que autoriza clientes de bares e restaurantes a visitarem as instalações das cozinhas durante o horário de expediente ainda não virou hábito. Em Campo Grande são poucos os que têm curiosidade de conhecer onde é feito o alimento servido nos restaurantes.

Proprietário do Hora do Almoço, Fernando Pereira conta que até convida as pessoas para conhecerem a cozinha, mas no geral os clientes não se interessam.

A caixa do mesmo restaurante disse acreditar que a falta de curiosidade se deve ao fato de o restaurante ter um basculante grande de onde é possível ver a cozinha. “Acho que devido ao fato de os clientes conseguirem ver o que está acontecendo dentro da cozinha eles acabam perdendo a curiosidade de conhecer”, diz.

Marcos Antônio, também proprietário do mesmo estabelecimento, afirma que até gostaria que as pessoas tivessem mais vontade de ver, até porque a cozinha é o verdadeiro cartão de visita de qualquer restaurante.
Ele lembrou que existe a lei que autoriza a entrada de qualquer um que queira conhecer, mas observa que as pessoas não se interessam.

Priscila Fernandes, da Casa das Delícias, confirma. Há 24 anos atuando no ramo ela conta que são raros os clientes que pedem para conhecer a cozinha. Lá uma vez a cada dois meses aparece um.

Para ela, a falta de interesse acontece porque na hora que os clientes vêm almoçar é sempre correria para comer e voltar ao trabalho e por isso, muitos acabam não tendo motivação para isso.

Além disso, ela lembra que com tantos anos de casa, muitos fregueses são antigos e já confiam no estabelecimento. “Tem gente que frequenta aqui há muitos anos, conhece o local”, diz.

O gerente do Sabor in Kilo é da mesma opinião. Há mais de 30 anos no mercado ela diz que os clientes confiam no local e dificilmente aparece alguém que tenha vontade de conhecer a cozinha.

Este é o caso de Ana Cristina de Souza, gerente financeiro. Há 15 anos cliente no mesmo restaurante ela conta que nunca se preocupou em ir à cozinha. “Nunca tive curiosidade e como sempre no mesmo lugar”, diz.

Mesmo quem não é frequentador assíduo revela que não costuma pedir para conhecer. Daniel Bruno de Almeida, administrador, conta que costuma comer em locais diferentes e nunca foi à cozinha de nenhum deles.

A estudante Pollyane Vasquez também confessa que nunca foi. “Não tenho a menor vontade”, finaliza.

A lei

Para o autor do texto, deputado Major Fábio (Pros-PB), o projeto de lei tem por objetivo franquear aos clientes acesso à cozinha de qualquer estabelecimento comercial do ramo alimentício, para que possam observar as condições das instalações, dos utensílios, dos alimentos e do pessoal. “Para os estabelecimentos que já cumprem adequadamente as normas de higiene e segurança, nenhum problema haverá. Os responsáveis por esses locais na verdade terão orgulho de exibir suas cozinhas”, explica.

O projeto também deixa claro algumas condições para que o cliente tenha acesso à cozinha como, por exemplo, que utilize os mesmos paramentos e tome as mesmas precauções higiênicas e de segurança obrigatórias aos profissionais que lá trabalham.

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