Uso de agrotóxicos no Rio Grande do Sul chega a quase o dobro da média nacional
O excesso e o descontrole no uso de agrotóxicos geram consequências que ultrapassam os limites do campo e ameaçam a qualidade da água, inclusive a distribuída à população urbana. Com um estudo que mapeou o uso de defensivos por bacia hidrográfica do Rio Grande do Sul, o Estado terá a partir do próximo ano uma […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
O excesso e o descontrole no uso de agrotóxicos geram consequências que ultrapassam os limites do campo e ameaçam a qualidade da água, inclusive a distribuída à população urbana. Com um estudo que mapeou o uso de defensivos por bacia hidrográfica do Rio Grande do Sul, o Estado terá a partir do próximo ano uma portaria própria que ampliará a lista de princípios ativos de defensivos analisados pelas companhias de abastecimento.
Coordenado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde, o trabalho fez projeções com base em informações coletadas sobre a safra 2009/2010 e indicou o uso de 85 milhões de litros de agrotóxicos no Estado, o equivalente a 34 piscinas olímpicas cheias de veneno agrícola.
É como se cada gaúcho, à época, utilizasse 8,3 litros de veneno a cada ano, no período analisado. O volume per capito gaúcho é bem superior ao nacional. Um estudo da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) mostra que, em 2011, a média do país foi de 4,5 litros por habitante.
Premiado na Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoapi), organizada pelo Ministério da Saúde, o estudo identificou as regiões que mais aplicam defensivos. Sem surpresa, o mapa aponta o noroeste do Estado, principal região produtora de grãos, com os maiores volumes por quilômetro quadrado. O quadro mais grave ocorre na Bacia Hidrográfica do Alto Jacuí, com relação entre volume e área de 919 litros por quilômetro quadrado e consumo equivalente a 33,2 litros por habitante na safra 2009/2010.
Até 33,2 litros por habitante
Como o trabalho, também será montado um ranking dos agrotóxicos considerados mais críticos para cada região, e haverá a possibilidade de complementar a lista de produtos analisados pelas companhias de abastecimento no momento de avaliar a água tratada distribuída à população em cada uma das bacias do Estado. Dos 10 agrotóxicos considerados mais críticos para o Rio Grande do Sul, por exemplo, apenas três fazem parte da relação de produtos verificados hoje pelas empresas, conforme a Portaria 2.914/11, do Ministério da Saúde. A norma ministerial, hoje, relaciona apenas 27 químicos aplicados na agricultura.
“Em março do próximo ano, teremos uma portaria estadual que vai incluir os parâmetros (princípios ativos) mais críticos para cada uma das bacias hidrográficas do Estado e que passarão a também serem analisados pelas companhias de água”, explica o chefe da Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde do Estado, Salzano Barreto.
Publicado em 2011 com informações coletadas no ano anterior, o Atlas do Saneamento do IBGE também dá pistas quanto à contaminação pela aplicação desenfreada de veneno agrícola, poluindo mananciais utilizados para captar água destinada à população. No Rio Grande do Sul, 37 municípios relataram a presença de agrotóxicos nos pontos de captação – mesmo que depois, tratado, o líquido ganhasse portabilidade.
Notícias mais lidas agora
- ‘Discoteca a céu aberto’: Bar no Jardim dos Estados vira transtorno para vizinhos
- Carreta atropela mulher em bicicleta elétrica na Rua da Divisão
- Papai Noel dos Correios: a três dias para o fim da campanha, 3 mil cartinhas ainda aguardam adoção
- VÍDEO: Motorista armado ‘parte para cima’ de motoentregador durante briga no trânsito de Campo Grande
Últimas Notícias
Motociclista por aplicativo é esfaqueado e tem moto roubada no Caiobá
Estava na Júlio de Castilho quando foi acionado para uma corrida até o Portal Caiobá
Vendas de imóveis no país crescem 19,7% de janeiro a setembro
Nos acumulado de janeiro a outubro, em comparação com o mesmo período de 2023
Funtrab disponibiliza 978 vagas de emprego em Campo Grande nesta quinta
O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30
Campanha contra importunação sexual é realizada em terminais de ônibus
Importunação sexual é crime e precisa ser denunciada
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.