Saque de suprimentos vira problema em área devastada e deixa mortos nas Filipinas
Além da falta de abrigo e de suprimentos básicos como água, comida e medicamentos, os sobreviventes do tufão Haiyan, que devastou várias cidades na região central das Filiínas, também precisam lidar com os constantes saques. Em Alangalang, na província de Leyte, pelo menos oito pessoas morreram depois que um grupo formado por milhares de sobreviventes […]
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Além da falta de abrigo e de suprimentos básicos como água, comida e medicamentos, os sobreviventes do tufão Haiyan, que devastou várias cidades na região central das Filiínas, também precisam lidar com os constantes saques.
Em Alangalang, na província de Leyte, pelo menos oito pessoas morreram depois que um grupo formado por milhares de sobreviventes do tufão Haiyan invadiu um armazém governamental de arroz antes de sua distribuição para os desabrigados.
O porta-voz da Autoridade Nacional de Alimentação, Rex Estoperez, disse à imprensa nesta quarta-feira (13) que as mortes aconteceram após a queda de um dos muros do complexo durante a invasão.
Cerca de 100 mil sacas de arroz foram roubadas diante da impotência dos membros da polícia e soldados mobilizados na região para manter a segurança.
No vilarejo de Abucay, que fica em Tacloban, a cidade mais atingida pelo tufão, forças de segurança das Filipinas trocaram disparos com homens armados durante saques em lojas e depósitos de água, comida e outros suprimentos, informou a emissora de TV ANC.
Em Guiuan, uma vila de pescadores na ilha de Samar, os suprimentos só começaram a chegar agora. O problema é que bandidos estão roubando a ajuda que chega, deixando pouco para a população.
“Bandidos armados estão soltos por aí. Se eles sabem que você tem comida guardada, eles entram na sua casa e roubam tudo”, afirmou um morador de Guiuan à AFP.
A polícia tem dificuldades para lidar com os criminosos. “Estamos sem ajuda aqui. Somos poucos e eles são muitos”, disse um policial.
Um toque de recolher foi imposto aos moradores de Tacloban pelo Exército para evitar os saques. Mesmo assim, os roubos continuam acontecendo.
Segundo o funcionário de uma ONG, um homem com um facão tentou roubar um carregamento de medicamentos.
A AFP informou que um comboio que se dirigia a Tacloban foi atacado por 15 rebeldes comunistas. O grupo entrou em confronto com o Exército e dois rebeldes foram mortos.
Um dos problemas para conter a onda de saques na cidade é o número de policiais trabalhando. Muitos morreram na tragédia e outros ainda não voltaram ao trabalho.
“Basicamente, o único órgão público trabalhando na cidade é o Exército”, afirmou o capitão Ruben Guinolbay à Reuters.
2.275 mortos
O Conselho para a Gestão e Redução de Desastres das Filipinas elevou nesta quarta-feira para 2.275 o balanço provisório de mortos após a passagem do tufão Haiyan.
O órgão governamental prossegue com uma lenta apuração oficial e seu último relatório divulgado também informou que 3.365 pessoas ficaram feridas enquanto outras 80 estão desaparecidas.
Os dados são inferiores aos números de estimativas anteriores de governos locais e de organizações como as Nações Unidas, que estimaram o número de mortes em até 10 mil.
Com esses dados oficiais, o tufão Haiyan se situa como o terceiro desastre natural que mais matou na história das Filipinas, superado apenas por um tsunami de 1975 que deixou entre 5.000 e 8.000 mortos no sul da ilha de Mindanao e pelas inundações originadas em 1991 pela tempestade “Thelma” que matou 5.100 habitantes na cidade de Ormoc, na ilha de Leyte.
O balanço do Conselho coincide com o número divulgado pelo presidente filipino, Benigno Aquino, que em entrevista à rede “CNN” estabeleceu o possível número de falecidos entre 2.000 e 2.500.
“Dez mil, acredito, é demais”, afirmou Aquino, que considerou que os funcionários estaduais que forneceram essa estimativa deram os dados rápido demais para poder calcular um número preciso.
No total, o Conselho informou que cerca de 6,9 milhões de filipinos em 41 províncias foram desabrigados pela passagem do tufão, o mais potente registrado no país.
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