Pesquisa mostra que empresa de alto crescimento paga salário menor

A terceira edição da pesquisa Estatísticas do Empreendedorismo, referente a 2011, que foi divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que as empresas de alto crescimento (EAC) pagam, em geral, um salário médio menor que a das demais empresas de economia. Em 2011, o salário médio das empresas ativas com […]

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A terceira edição da pesquisa Estatísticas do Empreendedorismo, referente a 2011, que foi divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que as empresas de alto crescimento (EAC) pagam, em geral, um salário médio menor que a das demais empresas de economia.

Em 2011, o salário médio das empresas ativas com dez ou mais empregados foi 3,1 salários ao mês. Nas empresas de alto crescimento total (EAC total), foi 2,7 salários, enquanto nas empresas de alto crescimento orgânico (EAC orgânico), a média foi 2,4 salários. “Eu tenho, geralmente, um salário menor”, disse o economista Cristiano Santos, coordenador da pesquisa. A maior diferença entre o salário médio mensal pago pelas empresas ativas – seis salários mínimos mensais – em comparação às EACs orgânico – 2,3 salários/mês -, da ordem de 164,3%, foi observada na atividade de administração pública, defesa e seguridade social, informa a pesquisa.

Segundo o IBGE, considera-se como empresa de alto crescimento aquela que tem dez ou mais assalariados e que apresenta crescimento médio do seu pessoal ocupado assalariado de, pelo menos, 20% nos três anos anteriores. Já a empresa de alto crescimento orgânico é aquela em que o aumento do seu pessoal assalariado se deve a novas contratações no período de observação, enquanto uma empresa de alto crescimento externo deve o alto crescimento de seu pessoal assalariado a mudanças estruturais, como operações de cisão, fusão e incorporação. As empresas de alto crescimento total são a soma das EAC orgânico e EAC externo.

A mesma relação é observada em termos de proporção de empregados do sexo feminino, destacou Santos. Embora tenha sido registrado aumento na participação de mulheres nas empresas de alto crescimento total, essas empresas empregam menos mulheres que a média de todas as empresas do Brasil. “As empresas que estão crescendo muito estão pagando um pouco menos que a maioria e estão contratando menos mulheres”. Nas EAC total, o número de mulheres ocupadas foi, em média, 33%, em 2011. Para as empresas ativas no geral, com dez ou mais empregados, a média de mulheres se elevou para 34,9%.

O estudo do IBGE revela, ainda, que as EAC total têm 9,9% de empregados com nível superior completo, enquanto nas EAC orgânico esse número cai para 8,4% e sobe para 11% entre as empresas ativas da economia. Isso tem uma razão, informou Cristiano Santos. “É mais ou menos o mesmo motivo de o salário ser mais baixo e haver contratação menor de mulheres. O que acontece é que as empresas que estão crescendo no Brasil estão promovendo esse crescimento através do pagamento de um salário menor e também contratando gente menos qualificada”.

Outro dado importante é que as empresas de alto crescimento que continuaram crescendo entre 2008 e 2011 apresentaram uma expansão contínua do pessoal ocupado assalariado igual ou superior a 20% em todo o período. “É um grupo muito pequeno, mas que está acelerando [o crescimento]”.

Nesse caso estão 1.931 EAC que representaram, em 2011, 5,6% das empresas de alto crescimento em 2008. “São bem relevantes mesmo”, disse. Essas 1.931 EAC ocupavam, em 2011, 976.670 pessoas assalariadas, o que equivalia a 19% do total do pessoal ocupado assalariado e pagavam R$ 2,2 bilhões em salários e outras remunerações (23% do total). O salário médio mensal pago por essa parcela de EAC correspondia a 3,2 mínimos, superando o salário médio das EAC total (2,7 salários/mês).

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