Operação da PF traz novos elementos para investigação, diz Ministro da Saúde
O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou que a Operação Sangue Frio, conduzida pela Polícia Federal trás novos elementos que serão apurados pela Força Tarefa, anunciada nesta segunda-feira (7) e oficializada por Portaria publicada no Diário Oficial da União de hoje (7). Padilha está em Campo Grande e informou que além das auditorias será aberta […]
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O Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, declarou que a Operação Sangue Frio, conduzida pela Polícia Federal trás novos elementos que serão apurados pela Força Tarefa, anunciada nesta segunda-feira (7) e oficializada por Portaria publicada no Diário Oficial da União de hoje (7). Padilha está em Campo Grande e informou que além das auditorias será aberta uma linha específica para investigar a existência da má administração de medicamentos.
Segundo o Ministro, os novos elementos trazidos pela Operação Sangue Frio, conduzida pela Polícia Federal, vão suscitar duas ações pela Força Tarefa, que são checar se as recomendações estavam sendo cumpridas e abrir novas linhas de atuação.
“Agora temos novos elementos das escutas da Polícia Federal e precisamos avaliar e apurar para ver se outros procedimentos podem estar acontecendo para que possamos estancar os desperdícios de recursos da saúde”, ressaltou o Ministro.
Segundo Padilha serão abertas linhas específicas, como por exemplo, para ver se existia qualquer tipo de má administração de medicamentos, se a não administração pode ter causado impacto, comprometido a segurança dos pacientes. “Então essa é uma apuração específica que vai se iniciar”, declarou Padilha.
A Força Tarefa á composta por técnicos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), técnicos do Inca (Instituto Nacional do Câncer) e coordenado pelo Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do SUS) e pela área de câncer do Ministério da Saúde. Serão seis técnicos do Ministério da Saúde, e mais auditores do Estado de Mato Grosso do Sul e de Canpo Grande.
O Ministro informou que a esta Força Tarefa estará realizando uma visita ao HU/UFMS (Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), para saber como o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, através da Ebserh, podem expandir o tratamento de radioterapia no HU.
Serão analisadas a retomada dos atendimentos, quantos atendimentos são feitos por dia e o que é necessário para aumentar a capacidade do HU em oferecer a radioterapia.
Concomitante ao trabalho de auditoria, Padilha frisou que enquanto continuam as ações da Polícia Federal e Ministérios Públicos, esse grupo que envolve o estado e município e os técnicos do Ministério, junto com a direção do Hospital do Câncer vão trabalhar para manter os serviços funcionando.
Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou no último dia 19 de março a Operação Sangue Frio no Hospital do Câncer e Hospital Universitário. Os crimes investigados são: fraude em licitação, superfaturamento, corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha.
Um efetivo de mais de cem policiais e 15 servidores da CGU (Controladoria Geral da União) cumpriram mandados de busca e apreensão e 4 ordens judicias de afastastamento de servidores no HU. Os mandados de busca foram cumpridos no HU, HC, Neorad, escritório de contabilidade, empresa que possui contrato com o HU e em residências.
Hospital do Câncer
A investigação aponta que o Hospital do Câncer estaria sendo usado como fachada para desvio dos recursos. Os pacientes entravam pelo HC, mas todo o tratamento seria pago para a Neorad. A informação é que os tratamento são pagos à Neorad (empresa da família Siufi) com crescimo de 70% maior a tabela SUS.
A PF explica que a tabela é fixa para todos os hospitais, sem exceção. Além disso, lembra que há indícios de monopólio do tratamento do câncer no Mato Grosso do Sul.
A investigação, segundo o superintendente da PF, surgiu após denúncias, ações civis e inquéritos do Ministério Público Federal, os quais apontam irregularidade no serviço de oncologia. “Vários indícios de que havia algo errado”, diz Marcon.
Prisão
Durante a Operação, apenas o diretor do Hospital do Câncer, Adalberto Siufi foi preso em flagrante por porte ilegal de armas. Na casa dele foram apreendidas uma espingarda, uma pistola e um revólver – todos de uso permitido. Por volta das 12h, Adalberto pagou R$ 30,5 mil e de fiança e foi liberado.
Hospital Universitário
Quatro pessoas foram afastadas da adminiatração do HU, entre eles o diretor José Carlos Dorsa, que foi exonerado nesta segunda-feira (6). A investigação no hospital é por superfaturamento de obras. A informação da CGU (Controladoria Geral da União) é que os valores estavam muito acima da tabela Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil).
A coordenadora da CGU (Controladoria Geral da União), Janaína Farias, informa que foram constatados R$ 3 milhões em desvios. Contudo, Faria esclarece que o valor pode aumentar após a análise do material apreendido.
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