Obras da Arena Corinthians tinham pelo menos 50 irregularidades, diz relatório dos Bombeiros

As obras da Arena Corinthians estavam sem alvará de aprovação de emergências do Corpo de Bombeiros desde o dia 07 de agosto de 2012, e tinham pelos menos 50 irregularidades no que diz respeito a emergências e incêndios. É o que mostra relatório do próprio Corpo de Bombeiros de São Paulo, divulgado pelo Ministério Público […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

As obras da Arena Corinthians estavam sem alvará de aprovação de emergências do Corpo de Bombeiros desde o dia 07 de agosto de 2012, e tinham pelos menos 50 irregularidades no que diz respeito a emergências e incêndios. É o que mostra relatório do próprio Corpo de Bombeiros de São Paulo, divulgado pelo Ministério Público nesta quarta-feira, 27.

No documento chancelado pelos capitães Artur Diógenes Bicudo e Newton dos Reis Barreira e enviado para o MP-SP pelo coronel Reginaldo Campos Repulho, a Arena Corinthians tinha pelo menos 50 irregularidades que impossibilitaram a liberação por parte das autoridades de fiscalização.

Entre as irregularidades indicadas pelos bombeiros estão a falta de detalhamento do projeto em relação as saídas de emergência, portas de emergência em tamanhos inadequados exigidas por lei para o acesso e circulação de torcedores, sistema de iluminação de emergência com falhas, falta de identificação dos responsáveis técnicos em diversas partes do plano de trabalho, entre outros tópicos.

O item que chama mais atenção é o de número 11, onde os inspetores do Corpo de Bombeiros dizem que a planta do estádio não informa as áreas onde seriam construídas estruturas metálicas, que, ao que parece, podem sugerir ser as mesmas que desabaram e causaram a morte de dois empregados da Odebrecht, na queda do guindaste.

No relatório, os bombeiros Artur Diógenes Bicudo e Newton dos Reis Barreira cobram, inclusive, a informação da área técnica da obra sobre como essas pilastras seriam protegidas contra incêndios.

O laudo de inspeção do Corpo de Bombeiros foi encaminhado em 29 de outubro para o Ministério Público de São Paulo, aos cuidados do promotor Mario Vicente Malaquias, da Promotoria de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital.

No ofício, o coronel do Corpo de Bombeiros afirma que o laudo foi direcionado para o Ministério Público a fim de que a Promotoria agilizasse a regularização do devido estádio, “considerando a morosidade na correção das inconformidades constatadas na análise do projeto”.

Plano de trabalho

Por meio de nota, o Ministério Público de São Paulo informou que “já havia agendado com advogado do Corinthians, no começo desta semana, uma vistoria na obra, para os próximos dias do mês de dezembro, visando aferir as inconformidades apontadas em correspondência recente do Corpo de Bombeiros”.

O MP também informou que requisitará à Polícia Civil Científica, que também acompanha o caso, um laudo para apontar as causas eventuais do acidente e se a estrutura do estádio foi comprometida ou não pelo desmoronamento da parte da cobertura. “Somente se os elementos técnicos indicarem a necessidade da suspensão das obras é que a Promotoria adotará providências para que a construção seja paralisada, até que sejam eliminados quaisquer riscos para o seu prosseguimento”, disse o MP.

Conteúdos relacionados