Especialistas em armas químicas esperam começar inspeções na Síria nos próximos dias
Os especialistas responsáveis pelo desmantelamento do arsenal químico sírio “esperam começar a inspeção dos locais e a destruição das armas na próxima semana”, anunciou nesta quinta-feira a ONU. Em seu terceiro dia em Damasco, os inspetores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e da ONU “fizeram progressos encorajadores” e os documentos entregues […]
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Os especialistas responsáveis pelo desmantelamento do arsenal químico sírio “esperam começar a inspeção dos locais e a destruição das armas na próxima semana”, anunciou nesta quinta-feira a ONU.
Em seu terceiro dia em Damasco, os inspetores da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) e da ONU “fizeram progressos encorajadores” e os documentos entregues pelo governo sírio “parecem promissores”, declarou o porta-voz da ONU, Martin Nesrirky.
Ele falou de “uma boa cooperação com as autoridades sírias em nível técnico”, indicando que são necessárias “análises complementares”.
A equipe, formada por 19 pessoas, está presente no país desde terça-feira para garantir a aplicação da resolução 2118 da ONU, que ordena a destruição do arsenal químico da Síria, aprovada após um ataque químico que provocou centenas de mortes em agosto em uma área controlada por forças rebeldes.
Os inspetores deixaram o hotel nesta quinta a bordo de três veículos da ONU para um destino desconhecido.
Em um comunicado, a equipe indicou ter começado a isolar na quarta-feira, junto com as autoridades sírias, os locais onde vai operar.
A primeira missão da equipe será verificar as informações divulgadas pelo regime de Bashar al-Assad sobre seu arsenal.
O acordo afastou a ameaça feita pelos Estados Unidos e por outros países de uma ação militar punitiva contra o regime de Assad, ao qual atribuem o ataque com gás sarin de 21 de agosto, atribuído pelas autoridades sírias aos rebeldes.
Os especialistas devem iniciar o inventário do arsenal químico, aplicando uma histórica resolução da ONU sobre a destruição de armas químicas, em um missão ambiciosa e arriscada pelo fato de estar sendorealizada com uma guerra andamento.
A equipe internacional de especialistas enfrenta uma árdua tarefa, pois calcula-se que a Síria possua mais de mil toneladas de armas químicas, 300 das quais seriam gás mostarda e gás sarin, repartido em 45 instalações.
Nesta quinta-feira, intensificaram-se os confrontos entre grupos rebeldes sírios e jihadistas estrangeiros, principalmente na região norte.
Seis importantes facções rebeldes pediram, em um comunicado conjunto, ao grupo vinculado à Al-Qaeda, o Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), que se retire do povoado de Azaz, norte, na fronteira com a Turquia. Os rebeldes do centro da Síria também pediram que o grupo abandone a província de Homs.
Os rebeldes sírios aceitaram, a princípio, a entrada de jihadistas estrangeiros, mas em algumas áreas as divergências chegaram a desencadear confrontos armados entre os dois lados. Os rebeldes acusam os combatentes islâmicos radicais de abusos e de ipor uma interpretação rígida do Islã.
Enquanto isso, a organização Human Rights Watch (HRW) acusou nesta quinta o regime sírio de manter milhares de pesos políticos.
“As prisões arbitráras e as torturas se tornaram moeda de troca para as forças de segurança sírias”, afirmou, em um relatório, Joe Stork, diretor da organização para o Norte da África e Oriente Médio.
Na véspera, os 15 países membros do Conselho de Segurança da ONU chegaram a um acordo para exigir de Damasco um acesso humanitário mais amplo à Síria, informaram fontes diplomáticas.
Uma declaração unânime deve ser adotada formalmente ainda nesta quarta-feira.
O texto exige das autoridades sírias “a adoção imediata da medidas” para retirar os obstáculos à entrega de ajuda, assim como a autorização para a entrada de comboios com ajuda da ONU que chegam às fronteiras sírias com países vizinhos.
Algumas ONGs utilizam essas rotas, sobretudo através da Turquia, mas não os comboios da ONU.
A Rússia, aliada do regime do presidente Bashar al-Assad, havia manifestado dúvidas sobre o acesso pelas fronteira, já que a ajuda chegaria diretamente a zonas controladas pela oposição, nas regiões leste e norte do país.
Mas, segundo diplomatas, Moscou não expressou oposição a esta declaração.
O conflito na Síria obrigou 2,1 milhões de pessoas a se refugiarem em países vizinhos. E esse número pode chegar a 3,5 milhões até o final do ano, segundo a ONU.
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