Com poucas doadoras, banco de leite da Capital usa ‘fórmula’ para atender bebês

Mãe de gêmeos, Nislaine dos Santos Ferreira, 33 anos, dona de casa, nunca soube da importância da doação de leite. Ela só entendeu depois que os filhos nasceram e precisaram ficar internados porque são prematuros e devem ganhar peso. “Eu já tinha um filho. Sabia que o leite materno era importante. Mas, não tinha ideia […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Mãe de gêmeos, Nislaine dos Santos Ferreira, 33 anos, dona de casa, nunca soube da importância da doação de leite. Ela só entendeu depois que os filhos nasceram e precisaram ficar internados porque são prematuros e devem ganhar peso.

“Eu já tinha um filho. Sabia que o leite materno era importante. Mas, não tinha ideia do como os bebezinhos que estão internados precisam dele. Aqui a gente vê muitas mães que não produzem leite e o bebê, prematuro, precisando se alimentar e não tem como. AÍ precisa do leite de doação ou da fórmula, que muitos rejeitam, alguns até vomitam”, explica.

A fórmula, que ela diz, é o leite artificial. Apesar de o alimento ter os nutrientes que o recém-nascido precisa, por ser industrializado pode dar reação alérgica nos bebês.

Ela lembra que os bebês dela não precisam depender da ‘fórmula’. Já que ela mesma está conseguindo ordenhar o leite e deixar para as crianças. Mas, e as mães que não têm leite? “Vi bebê tomando a fórmula e vomitando. Mas, o que a mãe vai fazer se não tem leite para dar?”, se questiona.

Por isso, conta que assim que puder vai começar a doar também. “Por enquanto, só consigo retirar o suficiente para meus bebês que estão internados”, justifica.

Pouca gente sabe, mas doar leite materno é tão importante quanto sangue. Poucos mililitros por dia podem salvar pequenas vidas, esclarece a nutricionista Fernanda Menezes Pereira, 35 anos.

Ela explica que os bebês que recebem o leite do banco são os que estão internados na neonatal, na unidade intermediária, no centro de terapia intensiva pediátrico e do método Canguru. “Os bebês precisam do leite para se recuperar, mas a mãe devido ao estresse de estar com o filho internado, muitas vezes, não consegue produzir leite. Por isso, a importância da doação”, pontua.

Fernanda lembra que o trabalho não é fácil. Mês a mês o banco de leite fecha os estoques em déficit. No mês passado, por exemplo, o banco conseguiu arrecadar cerca de 45 litros e consumiu 120 litros. O restante foi complementado com formula, já que não havia doadoras.

A média de consumo mensal gira em torno de 100 a 120 litros, por isso quem estiver amamentando e puder doar o banco de leite do Hospital Regional funciona de segunda a sexta, das 7 às 17 horas.

Para doar, basta estar amamentando e estar com boa saúde. As orientações sobre higiene, manuseios dos recipientes para guardar o leite, forma de ordenha, e qualquer outra dúvida podem ser obtidas pelo telefone 3378-2715.

Conteúdos relacionados