Com estacionamento e obra enrolada, Júlio de Castilho tem trânsito caótico após revitalização
Após 11 meses frente à administração municipal, o prefeito Alcides Bernal não conseguiu finalizar a obra, que começou problemática desde Nelsinho Trad e precisava apenas de ajustes e semáforos. A entrega deve ficar para o ano que vem.
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Após 11 meses frente à administração municipal, o prefeito Alcides Bernal não conseguiu finalizar a obra, que começou problemática desde Nelsinho Trad e precisava apenas de ajustes e semáforos. A entrega deve ficar para o ano que vem.
Quando o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, anunciou no dia 8 de agosto de 2011 o início das obras na avenida Júlio de Castilho e disse que o empreendimento daria confusão não estava blefando. Com previsão para ficar pronta em 14 meses, moradores aguardam pela avenida reformulada há mais de dois anos.
Chuvas, cabeamento colocado em local errado, reformulação de projeto e agora falta de dinheiro para terminar a sinalização foram os problemas apontados nesses meses para o atraso.
Com asfalto pronto e canteiro central feito, a fluidez de trânsito prometida pelo projeto foi interrompida nesta segunda-feira (2) para Noila Bandeiras, de 47 anos. A vendedora saía para trabalhar por volta das 12h quando ficou confusa com a falta de sinalização e colidiu em um ônibus do Consórcio Guaicurus.
“É muita coisa para olhar, o trânsito é intenso aqui nesse horário, muito movimentado mesmo. Olhei para os dois lados porque o semáforo não funciona, mas não vi o ônibus e acabei batendo”, contou lamentando o transtorno, já que o veículo tem seguro.
Motorista há 27 anos, Joel Freitas Lopes, de 58 anos, que guiava o ônibus, não poupou críticas à avenida. “É 100% difícil andar por aqui. Chega nesse horário de movimento intenso, a atenção da gente, que já é redobrada, aumenta ainda mais. É uma tensão muito grande, ficou desorganizado”, argumentou.
E não faltaram pessoas para criticar as obras da avenida. O deputado estadual Lídio Lopes (PEN), ex-PP, partido do prefeito Bernal, fez questão de falar que precisa procurar rotas alternativas para fugir da “bagunça”.
“Tem uma hora que não tem como mais fugir e eu tenho que andar pela Júlio de Castilho. Está muito confusa e ainda por cima sem semáforos”, disse de dentro da sua caminhonete.
Com o estacionamento mantido no horário de pico, os ônibus articulados ficam sem espaço para estacionar no ponto de ônibus e acabam parando entre as duas faixas da avenida, fechando o trânsito e atrasando os motoristas. (Confira no vídeo abaixo da matéria).
Ponte
Com R$ 600 mil de investimentos, a ponte sobre o córrego que corta a avenida Júlio de Castilho nas proximidades do bairro Sayonara ainda não foi concluída.
Um grande transtorno para a professora Nádia Sanches, de 38 anos, que faz na volta da escola outro caminho para chegar ao Jardim Itália, onde mora. A preocupação não é com o seu veículo, um Gol antigo, mas sim com a segurança da via.
“Fica tudo muito escuro aqui na volta, então venho por outro bairro e acabo demorando mais. Tenho medo de acidentes também, porque não tem sinalização”, relatou.
Presidente do Conselho Regional do Imbirussu, Elvis Rangel parou o caminho para o trabalho para reclamar. “Não tem um dia que eu olhe para essa obra e não fique indignado. É uma falta de respeito com a população e não importa quem é o administrador. Bernal recebeu a cidade com os ônus também, mas parece querer ignorar as obras da gestão passada”.
O morador do jardim Aeroporto diz que faltam explicações da prefeitura. “Nós enviamos perguntas, mas sempre ficamos sem respostas. A obra já custou R$ 18 milhões e agora querem mais R$ 600 mil para sinalização? É querer brincar com o dinheiro do povo”, ponderou.
Para a dona de casa Nice Martins, a ponte está ótima. “O Bernal veio aqui e falou com a gente. Ele prometeu que ia fazer a ponte e fez. Agora não inunda mais lá em casa”, defendeu. Questionada sobre os transtornos e perigos de se deixar uma ponte aberta e o prazo da obra, licitada em dezembro de 2012 e com prazo de 180 dias para ser entregue, Nice desconversou.
“O que importa é que na minha casa não inunda mais. Até reclamei para o pessoal que faz a obra tirar essas manilhas de concreto da rua, que não deixam a água da chuva ir para a boca de lobo e deixam isso aqui cheio de bicho, mas eles não ouvem. Isso não é culpa do Bernal, é culpa deles”, disse.
O projeto de revitalização da Júlio de Castilho foi feito com recursos do Programa Pró-Transporte, que prevê investimentos de R$ 58 milhões provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o plano de revitalização e mobilidade urbana na Capital.
Até o fechamento da matéria a assessoria de comunicação da prefeitura de Campo Grande não informou se os R$ 600 mil a mais necessários para instalar semáforos na obra já foram liberados pela Caixa Econômica Federal. E enquanto isso a entrega da avenida segue sem data marcada para acontecer.
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