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Cigcoe desmente governo e confirma uso de armas de fogo em desocupação de fazenda

A tropa de choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul – a Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) – confirma que os policiais levavam armas de fogo durante a operação de reintegração de posse das fazendas Buriti e Cambará, realizada ontem (30), em Sidrolândia. Conforme o major Marcos Paulo Gimenez, que comandou […]
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A tropa de choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul – a Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) – confirma que os policiais levavam armas de fogo durante a operação de reintegração de posse das fazendas Buriti e Cambará, realizada ontem (30), em Sidrolândia.

Conforme o major Marcos Paulo Gimenez, que comandou a operação, o porte de armas segue uma “doutrina internacional”. “É uma questão de escalonamento de forças. Se for observada necessidade e, de acordo com a proporção do procedimento, levar armas de fogo se torna um fato preventivo”, explica o oficial.

A Polícia Militar faz uso de armas de calibre .40, mas o major não confirma que tipo de armas foram levadas para o confronto com os indígenas. Ainda segundo Gimenez, apenas parte do efetivo (75 homens) foi autorizado a levar armas de fogo – os denominados “seguranças” da tropa. Além destes, a equipe é dividida em escudeiros e lançadores. O major não informou quantos homens faziam parte de cada categoria.

A afirmação do major desmente a nota oficial divulgada ontem pelo governo do Estado, que informa que a Cigcoe prestou apoio à Polícia Federal durante o procedimento de desocupação, mas frisou que a companhia não faz uso de armas de fogo letais. Segundo a nota, o emprego de armas pela tropa inclui munições “unicamente do tipo elastômetro (balas de borracha), não sendo utilizada pelos policiais armas de fogo nestas situações”. O governo do Estado reforçou que a ação da Cigcoe seguiu os procedimentos para garantir a ordem, preservando a vida.

O indígena Oziel Gabriel, 32 anos, foi morto durante o confronto com a tropa de choque. Um idoso de 70 anos foi ferido na perna e liberado depois de receber atendimento, e outros dois índios foram atingidos nas mãos e pernas.

As fazendas foram invadidam no último dia 15 e, na quarta-feira (29), a Justiça Federal determinou a reintegração de posse imediata das duas propriedades.

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