Caro e ruim, serviço de transporte coletivo de Campo Grande pode virar alvo de CPI

Com atrasos, lotação e problemas constantes nos ônibus, serviço é considerado ruim pelos passageiros. Vereadores prometem verificar contrato e não descartam CPI para ‘abrir caixa preta do transporte coletivo’

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Com atrasos, lotação e problemas constantes nos ônibus, serviço é considerado ruim pelos passageiros. Vereadores prometem verificar contrato e não descartam CPI para ‘abrir caixa preta do transporte coletivo’

Com falta de veículos, atrasos e lotação constante, a qualidade do transporte coletivo de Campo Grande foi motivo de discussões nesta terça-feira (29) na Câmara Municipal. Os vereadores sugeriram a abertura de uma nova CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para analisar o contrato da prefeitura com o Consórcio Guaicurus, assinado no final do mandato de Nelsinho Trad (PMDB).

Eduardo Romero (PT do B) relatou que na década de 80 Campo Grande contava com 309 pontos e 290 veículos, o equivalente a um ônibus para cada mil habitantes.

“Atualmente, com cerca de 800 mil habitantes e 575 veículos, há um ônibus para cada mil e quinhentos habitantes. Ou seja, a população está crescendo e a frota não”, argumentou.

O  vereador Edson Shimabukuro (PTB) relatou que os principais problemas da capital são o transporte e o trânsito. “É preciso investir na sinalização, dar prioridade ao transporte para diminuir o tempo de permanência das pessoas no ônibus”.

Shimabukuro diz que ao invés de incentivar a compra de veículos é preciso melhorar o transporte. “Muita gente não gostaria de ter quatro carros em casa, pois a manutenção é cara. Muitos gostariam de usar o transporte coletivo eficiente”.

As condições precárias dos banheiros foram criticadas pelo vereador Edil Albuquerque (PMDB). “São tomados pela sujeira e podem ser comparados à Cracolândia”.

Coringa (PSD)falou que os ônibus estão capengando. “ Conheci um jovem de 15 aos que diz que passa vergonha ao pegar o coletivo. Ele é cadeirante e o motorista já desce com uma ferramenta quando ele tem que embarcar, porque ali mesmo, na hora, ele tem que fazer manutenção no elevar para o rapaz poder subir”, disse.

“E o pior de tudo é que o vereador não pode fazer nada porque o prefeito falou que ia resolver. Enquanto isso os ônibus das Moreninhas continuam lotados”, reclamou. Coringa disse que gostaria que o prefeito andasse de ônibus para tentar entender de perto quais são os problemas da população.

Grazielle Machado (PMDB) pediu que o vereador Romero fizesse uma analise do contrato de 20 anos do consórcio com a prefeitura, prorrogável por 10 anos. “Levante esta bandeira para ver se estão cumprindo as cláusulas contratuais. É preciso de uma atitude drástica, quem sabe uma CPI do Transporte Coletivo”.

O vereador disse que vai analisar o contrato e se perceber a necessidade de uma análise mais profunda poderá sugerir a CPI.

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