Sindicato diz que não ajudará Adriano se Fla entrar com ação

A mais nova ausência de Adriano a um treinamento do Flamengo e seus recorrentes casos de indisciplina geram um justo processo trabalhista contra o jogador. Isso é que diz o Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro. O presidente da entidade, Alfredo Sampaio, disse que não há como defender o atleta nesses casos. […]

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A mais nova ausência de Adriano a um treinamento do Flamengo e seus recorrentes casos de indisciplina geram um justo processo trabalhista contra o jogador. Isso é que diz o Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro. O presidente da entidade, Alfredo Sampaio, disse que não há como defender o atleta nesses casos.

“Sou muito frio com essas coisas. Acho que o clube tem todos os direitos de cobrar quando o atleta comete um caso de indisciplina. Na minha opinião, como presidente, qualquer atleta que cometa falta tem que ser punido, assim como o clube quando não honra compromisso financeiros”, disse Sampaio.

“Se alguém quiser entrar com uma ação trabalhista contra ele, é perfeito. Assim como um atleta entra quando um clube não lhe paga o que deve. Tem que se ter uma relação profissional. Não tem como ajudar o Adriano em um caso desse, ele já esteve em vários clubes e várias pessoas já tentaram ajudá-lo”, continuou.

Sampaio ainda criticou o modo paternalista com o que o Flamengo trata o jogador, o que o incentiva a ter esse tipo de atitude.

“O clube precisa saber o que quer, não pode ficar com ações paternalistas. Acho que essa relação paternalista acaba envolvendo outras coisas paralelas. E fica essa tolerância que não se aceita mais no futebol”, falou.

“Em um clube de futebol pequeno seria incompatível um atleta agir assim. E em um grande, também tem que ser assim. Contrato de trabalho tem que ser honrado”, continuou.

A assessoria de imprensa do Flamengo confirmou sábado a ausência do camisa 10 e informou que não recebeu nenhuma justificativa oficial para a falta ao treino. Zinho, diretor de futebol, recebeu mensagem do jogador nesta manhã através do celular: “Desculpa, não vou conseguir chegar a tempo”.

Este é o terceiro caso de indisciplina de Adriano desde que assinou contrato com o Flamengo. O Imperador foi visto em uma boate na Barra da Tijuca na noite desta sexta-feira. Ele foi convidado para festa de aniversário de uma amiga.

Com contrato válido até o final de 2012, o Imperador foi advertido nas duas ocasiões anteriores. De acordo com cláusula assinada pelas partes no acordo, a diretoria já tem o poder de rescindir o contrato e fazer com que Adriano seja dispensado sem ao menos estrear. O seu futuro na Gávea está em dúvida.

A primeira falta foi tratada com discrição pelos cartolas do Flamengo. Logo depois, no início de setembro, Adriano não apareceu no centro de treinamento Ninho do Urubu e foi flagrado na Vila Cruzeiro. Na comunidade, ele comprou bebidas alcoólicas e ainda se envolveu em acidente de trânsito. O caso irritou o técnico Dorival Junior e membros da diretoria rubro-negra. Em coletiva de imprensa, ele pediu desculpas ao lado do diretor de futebol Zinho.

Nos dois casos, o Flamengo definiu uma advertência para o jogador. Questionado, em entrevista ao jornal Extra, se um novo problema significaria uma rescisão contratual, Zinho desconversou sobre a possibilidade e disse que não desejaria pressioná-lo.

O dirigente confirmou que a cláusula está no contrato do Imperador para proteger o Flamengo, o que não definiria a utilização da medida de imediato.

“Estipulou-se um número limite de indisciplinas. O que não quer dizer que a gente vai rescindir o contrato de imediato. Polemizou-se muito, mas meu objetivo era deixar o Flamengo protegido de forma que não houvesse nenhuma dúvida. Para que pressioná-lo? Tenho a amizade dele, tenho o jogador do meu lado, tenho a avó do cara, a mãe do cara, o empresário do cara”, avisou.

Adriano recebe salários de R$ 50 mil mensais do Flamengo e mais R$ 50 mil para cada jogo que entrar em campo. No contrato com o jogador há uma cláusula que permite a rescisão automática do contrato no caso de três indisciplinas. Cabe ao clube agora decidir o que fazer perante mais um ato negativo do jogador. O contrato pode ser rompido, ou ele ser perdoado.

 

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