Servidores prometem onda de protesto se governo não atender reivindicações
O plano é seguir Puccinelli em todas as agendas no Estado com nariz de palhaço, cartazes críticos e com vaias até conseguir abono de falta e mudanças no PCC dos administrativos em Educação
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O plano é seguir Puccinelli em todas as agendas no Estado com nariz de palhaço, cartazes críticos e com vaias até conseguir abono de falta e mudanças no PCC dos administrativos em Educação
Após desviar o foco da solenidade de assinaturas de emendas parlamentares com protesto na Assembleia Legislativa, servidores em Educação conseguiram agendar reunião com o governador André Puccinelli (PMDB) e prometem onda de protesto se o Executivo não atender as demandas da categoria.
“Em todo o município que ele for terá uma recepção como essa”, avisou o presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação), Roberto Magno Botarelli. “Nós temos representantes em todas as cidades”, emendou. Na manhã desta quinta-feira (31), servidores receberam Puccinelli com nariz de palhaço, apitos na boca, cartaz o chamando de traidor e com muitas vaias.
O protesto foi em resposta à corte salarial por conta da participação de servidores em manifestação contra reajuste de 6%. A Assembleia, respaldada por suposta promessa do Executivo, assumiu compromisso no sentido de não ter o desconto salarial, o que não se confirmou.
A retaliação levou representantes da categoria ao plenário da Assembleia. “Não temos medo do governador e cada ação dele terá uma reação nossa”, avisou Botarelli. Segundo ele, o objetivo dos servidores é discutir o PCC (Plano de Cargos e Carreira) e conquistar a restituição das faltas.
Diante das vaias, Puccinelli evidenciou total constrangimento na frente de prefeitos, deputados e secretários, que participavam da solenidade de assinatura das emendas parlamentares na ordem de R$ 19,2 milhões. O ato acabou ficando em segundo plano por conta do barulho dos manifestantes, que, por diversas vezes, interromperam a solenidade com pedido de democracia.
Até um breve tumulto se formou quando um segurança do governador foi até os manifestantes para retirar cartaz com crítica a Puccinelli. O grupo se negou a entregar a faixa e, para evitar confronto, o segurança, que estava armado, foi retirado do plenário. Até o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB), entrou no tumulto para apaziguar os ânimos.
As vaias aumentaram quando Puccinelli ocupou a tribuna para se manifestar. Ele, inclusive, precisou aguardar alguns minutos para falar diante do barulho. Inicialmente, o governador não se referiu aos servidores, mas antes de encerrar, garantiu que as portas do governo estão abertas para todos.
“Não é por essa manifestação que eu os deixarei de receber, as nossas portas sempre estarão abertas”, prometeu. Puccinelli, no entanto, repudiou qualquer tipo de pressão. “Sob coação, sob pressão ninguém funciona”, acrescentou.
Ao concluir a fala, o governador foi em direção aos manifestantes e prometeu os receber dia 2 de julho, data do seu aniversário de 64 anos. Durante a breve conversa, ele pediu para não partidarizar a discussão. Botarelli afastou qualquer tipo de influência política no manifesto e um dos servidores até brincou que o único partido que o grupo representa é o dos “coitados”.
Divergências
Apesar do aparente clima de paz, nas entrevistas tanto Puccinelli quanto Botarelli indicaram uma série de divergências. O governador avalia que atendeu a categoria ao promover recuperação salarial de 72%. “Acontece que teve 72% de aumento neste período e a Fetems não pôs a garra, induziu a erro e agora tá em papos de aranha (em apuros) porque se mostrou líder que iria ser dos administrativos e os coitadinhos dos administrativos de forma incauta entraram no engodo e, agora, o Roberto Botarelli está sem saber o que fazer”, declarou.
Em resposta, o presidente da Fetems disse que o Executivo não fez mais do que sua obrigação ao promover a recuperação salarial. “Se isso não tivesse acontecido o salário dos administrativos em Educação não chegaria a R$ 300”, frisou. Ele ainda informou que o governo precisou, neste ano, dar reajuste de 9% a uma parcela da categoria para equiparar a remuneração ao salário mínimo. Quem já recebia o montante ganhou aumento de 6%.
Puccinelli ainda considerou ter sido compreensivo ao descontar apenas um dia dos quatro de paralização que ocorreram. “Qualquer empresa privada não perdoa faltas”, ressaltou. “É pedagógico, se não descontar, não aprende”, finalizou.
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