Relações entre Cachoeira e parlamentares devem ser investigadas por CPI mista
As relações entre parlamentares e o empresário Carlinhos Cachoeira devem ser investigadas por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista. A expectativa é de que a instalação da comissão, com membros do Senado e da Câmara, ocorra até a próxima semana, de acordo com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que participou de reunião de líderes […]
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As relações entre parlamentares e o empresário Carlinhos Cachoeira devem ser investigadas por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista. A expectativa é de que a instalação da comissão, com membros do Senado e da Câmara, ocorra até a próxima semana, de acordo com o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que participou de reunião de líderes no fim da tarde desta terça-feira (10).
A possibilidade de instalação de uma comissão mista já vinha sendo discutida pelos presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Marco Maia. Durante a sessão deliberativa de ontem, líderes de partidos no Senado manifestaram a Sarney preferência pela CPI, em vez de comissões exclusivas de cada Casa. A criação da CPI exige assinaturas de pelo menos 27 senadores e 171 deputados.
Randolfe informou que o líder do PT, senador Walter Pinheiro (PT-BA), vai elaborar um documento com detalhes da instalação da CPI, a ser enviado à Câmara. O senador pelo Amapá exaltou o fato de as lideranças da Câmara e do Senado decidirem de forma unânime pela CPMI. “A comissão, tacitamente, já existe”, garantiu.
O líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), acrescentou que, além das questões relativas à Operação Monte Carlo, que resultou na prisão de Cachoeira, a comissão vai investigar o envolvimento de agentes públicos e privados com outras atividades ilegais. Para Alvaro, o Senado e a Câmara devem alternar os cargos de presidente e relator da comissão. “Há preferência pelo cargo de relator, que é o cargo mais importante”, comentou.
Operação Monte Carlo
A Operação Monte Carlo foi deflagrada pela Polícia Federal no fim de fevereiro, para desbaratar um esquema ilegal de jogos de azar, que seria comandado por Carlinhos Cachoeira. O empresário está preso num presídio federal em Mossoró (RN).
Escutas da operação divulgadas pela imprensa revelaram conversas suspeitas entre o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e Carlinhos Cachoeira. As investigações da Polícia Federal também apontaram a existência de relações próximas entre Cachoeira e deputados federais.
O senador, que pediu desfiliação do DEM, também terá de responder a processo no Conselho de Ética do Senado. A representação apresentada pelo PSOL, por quebra de decoro parlamentar, foi aprovada nesta terça-feira. Na quinta, o conselho voltará a se reunir, para definir o relator do caso. Demóstenes tem 10 dias úteis para apresentar defesa prévia ao colegiado.
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