Países ricos praticam protecionismo disfarçado, diz Dilma
A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que países desenvolvidos praticam protecionismo disfarçado ao reduzir exportações de países em desenvolvimento. Dilma fez as declarações em Lima, durante abertura da Cúpula América do Sul – Países Árabes (Aspa). Ela também reclamou do que chamou de exportação da crise para o mundo. “Os efeitos da crise econômica […]
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que países desenvolvidos praticam protecionismo disfarçado ao reduzir exportações de países em desenvolvimento. Dilma fez as declarações em Lima, durante abertura da Cúpula América do Sul – Países Árabes (Aspa). Ela também reclamou do que chamou de exportação da crise para o mundo.
“Os efeitos da crise econômica se propagam”, disse a presidente, que foi a primeira chefe de Estado a discursar. “Um protecionismo disfarçado se impõe”, acrescentou, apelando aos presentes: “precisamos desenvolver nossa cooperação com bases solidárias”.
Dilma defendeu a ampliação das parcerias entre os países sul-americanos e árabes como forma de reagir aos impactos da crise econômica internacional. Ela condenou os países desenvolvidos que sofrem de maneira mais intensa os efeitos da crise econômica internacional e que adotaram planos de austeridade na tentativa de conter os impactos e pagar as dívidas.
Para a presidente, essas medidas não são a solução para o que chamou de “desemprego galopante”, que afeta principalmente os países da zona do euro. A exemplo do seu discurso na 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas, ela reclamou dos países que desvalorizam suas moedas de forma artificial atrapalhando o comércio internacional. Para ela, uma das soluções é a parceria entre sul-americanos e árabes. Dilma lembrou que o comércio entre as duas regiões registrou aumento nos últimos anos e que, em 2011, envolveu US$ 27,5 bilhões.
“O futuro das nossas regiões depende da cooperação, educação e ciência”, ressaltou, informando que essas parcerias levarão ao aumento da segurança alimentar e energética entre os países. “Não podemos nos conformar com o papel de meros exportadores de commodities, em um mundo cada vez mais interdependente.”
Também estão presentes à cúpula os presidentes Juan Manuel Santos (Colômbia), que amanhã vai se submeter a uma cirurgia para a retirada de um tumor maligno na próstata, Rafael Correa (Equador) e Evo Morales (Bolívia), que usaram camisas e paletós tradicionais de seus povos, além de José Pepe Mujica (Uruguai) e Cristina Kirchner (Argentina).
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