Países com embargo à carne bovina do Brasil respondem por menos de 1% das exportações
A China, África do Sul e o Japão, mercados que declararam embargo à carne bovina do Brasil, responderam por somente 0,94% das exportações do produto de janeiro a outubro deste ano. Paralelamente, Rússia, Hong Kong e Egito, principais importadores, compraram 42,1% dos produtos vendidos no mesmo período, conforme dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e […]
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A China, África do Sul e o Japão, mercados que declararam embargo à carne bovina do Brasil, responderam por somente 0,94% das exportações do produto de janeiro a outubro deste ano. Paralelamente, Rússia, Hong Kong e Egito, principais importadores, compraram 42,1% dos produtos vendidos no mesmo período, conforme dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Enquanto a China, África do Sul e o Japão compraram 11.693 toneladas do que foi vendido no período, Rússia Hong Kong e Egito adquiriram 523 mil toneladas, do total de 1,24 milhão de toneladas.
Hoje (14), o ministério informou que os adidos agrícolas brasileiros na China e África do Sul apresentaram documentos sobre a carne brasileira às autoridades sanitárias dos dois países. O mesmo havia sido feito pelo adido brasileiro no Japão. Ainda não há previsão para envio das missões técnicas, anunciadas pela pasta, aos países que estabeleceram o embargo. De acordo com o ministério, isso deve ocorrer em um segundo momento mediante a demanda por esclarecimentos adicionais.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) informou que deve enviar representantes às viagens técnicas do governo. Na avaliação de Fernando Sampaio, diretor executivo da entidade, “não há justificativa técnica” para o embargo. Segundo ele, caso a restrição às compras permaneça, a Abiec recorrerá à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e à Organização Mundial do Comércio (OMC).
Após a confirmação da presença do agente causador da encefalopatia espongiforme bovina (EEB), mais conhecida como doença da vaca louca, em um animal morto no Paraná em 2010, a OIE manteve a classificação sanitária do Brasil de risco insignificante.
De acordo com o ministério, foi um caso não clássico em que não ocorreu manifestação da doença. Nesta sexta-feira, o Brasil recebeu apoio também da Federação dos Fazendeiros e Agricultores da Venezuela (Fegaven). O presidente da entidade, Balsamino Belandria, disse, em entrevista à Agência Venezoelana de Notícias (AVN), que os animais importados do Brasil estão em “ótimas condições”.
Belandria disse ainda que entregou um comunicado ratificando a salubridade do gado brasileiro ao Ministério de Agricultura e Terras e ao Instituto Nacional de Saúde Agrícola daquele país. No entanto, frisou que cabe aos organismos internacionais autorizados se pronunciarem sobre o risco de contágio da EEB.
Fernando Sampaio, diretor da Abiec, acha pouco provável que a decisão da China, África do Sul e do Japão se torne uma reação em cadeia. Para ele, a decisão da OIE de não alterar a classificação de risco do Brasil e os esforços do governo federal para prestar esclarecimentos devem ser suficientes para reverter a situação.
Além do esforço junto às nações que suspenderam a comprar da carne brasileira, o ministério anunciou que apresentará documentação pertinente sobre o assunto às embaixadas de todos os países importadores do produto. Entre os documentos apresentados na defesa do Brasil estão o relatório da OIE atestando a classificação de risco insignificante para consumo da carne brasileira.
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