Milton Nascimento comemora 50 anos de carreira em Corumbá

“Todo artista tem de ir onde o povo está”,já diz a letra de uma de suas composições que entraram para o cancioneiro da MPB. “Se for assim, assim será” e mais uma vez o artista encontrou seu público, desta vez, em Corumbá onde, na noite de encerramento do 9º Festival América do Sul, 30 de […]

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“Todo artista tem de ir onde o povo está”,já diz a letra de uma de suas composições que entraram para o cancioneiro da MPB. “Se for assim, assim será” e mais uma vez o artista encontrou seu público, desta vez, em Corumbá onde, na noite de encerramento do 9º Festival América do Sul, 30 de abril, a plateia aguardava pela apresentação daquele que foi um dos homenageados na primeira edição do evento em 2004.

Milton Nascimento subiu ao Palco das Américas depois das apresentações do brasileiro Marcos Assunção e do grupo argentino Orquestra Jungla. O cantor e compositor, nascido na cidade mineira de Três Pontas, começou a apresentação com a música “Vera Cruz”, eternizada na voz da amiga Elis Regina.

Quando pegou o violão e soltou os primeiros acordes de “Caçador de Mim”, a platéia espantou o frio e cantou junto com ele. O mineiro Milton escolheu as palavras da poetisa, também de Minas Gerais, Adélia Prado, para introduzir a canção “Encontros e Despedidas” que, recentemente, foi regravada pela cantora Maria Rita e virou tema de abertura de novela. A frase da poetisa “Um trem de ferro é uma coisa mecânica, mas atravessa a noite, a madrugada, o dia, atravessou minha vida, virou só sentimento”, dialoga com a letra da canção.

Milton lembrou para o público, que resistia ao frio daquela noite, sobre a primeira vez que se apresentou em Corumbá, no FAS de 2004, ano de início do evento. Ele contou que conversou com o dono de um hotel da cidade que lhe pediu para nunca deixar de cantar uma determinada música em seus shows. O fato, segundo o artista, o comoveu porque ele já fazia isso pelo fato de ser uma canção feita em homenagem a sua mãe, Lília. Sem letra, o solfejo, que leva o mesmo nome da homenageada, é, de acordo com Nascimento, o som da voz que a mãe fazia enquanto ele estava no berço. A declaração comoveu quem estava na praça Generoso Ponce.

Mostrando que está em sintonia com o cenário musical da atualidade, o artista incluiu no seu repertório da noite, a música “Sol”, do grupo J-Quest, o que fez o público cantar em coro o refrão: “E se quiser saber/Pra onde eu vou/Pra onde tenha Sol/É pra lá que eu vou”.

Com isso, ele preparou a plateia para um pedido especial: cantar para ele a emblemática música “Canção da América”. “Quando a compus não imaginava que ela serviria para falar de tanta coisa: encontros, despedidas, amizades, enfim, de tudo. Quero que vocês a cantem para mim”, pediu. E o coro veio logo nos versos iniciais “Amigo é coisa para se guardar/Debaixo de sete chaves/Dentro do coração (…)”.

Ao lembrar do início de sua carreira, quando aos 14 anos começou a cantar, ele introduziu uma das inúmeras composições que dividiu com Fernando Brant: “Bailes da Vida”. Ele também cantou “Fé Cega, Faca Amolada” e “Cuitelinho”.

Quando interpretou “Para Lennon e McCartney”, o público aproveitou o contexto do Festival (união entre os povos sul-americanos) e no verso que diz “Eu sou da América do Sul”, cantou em alto tom.

Milton encerrou o show com “Travessia”, música que o consagrou e completou 45 anos. Porém, o público queria mais e pediu bis, assim o cantor voltou com outros grandes sucessos como “Raça”, “Maria, Maria”, e “A Lua Girou”, comemorando na cidade pantaneira, que se tornou durante cinco dias a capital da cultural da América do Sul, os seus 50 anos de carreira.

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