Mercosul deve manter suspensão do Paraguai, diz Patriota
O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, afirmou no final da tarde desta quinta-feira em Mendoza que a Cúpula do Mercosul caminha para manter a suspensão política do Paraguai. Falando a jornalistas após um dia de reuniões da chancelaria latino-americana, Patriota acenou, resumindo os debates do dia, para a já implementada “suspensão da participação do Paraguai dos […]
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O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, afirmou no final da tarde desta quinta-feira em Mendoza que a Cúpula do Mercosul caminha para manter a suspensão política do Paraguai. Falando a jornalistas após um dia de reuniões da chancelaria latino-americana, Patriota acenou, resumindo os debates do dia, para a já implementada “suspensão da participação do Paraguai dos órgãos do Mercosul”. “Lamentamos muito essa situação, acrescentou o ministro.
Patriota lembrou o trabalho feito pela missão da União das Nações Sul-americanas (Unasul), que, ainda durante o processo impeachment, despachou uma missão para avaliar a crise em Assunção. “Isso levou a constatação de que não existe plena vigência democrática” – condição necessária, disse o chanceler, segundo o tratado do Ushuaia, sobre o qual se baseou a decisão do Mercosul. “Foi nesse sentido que se tomou uma decisão no domingo passado e que deverá ser tomada amanhã”, adiantou.
Processo relâmpago destitui Lugo da presidência
No dia 15 de junho, um confronto entre policiais e sem-terra em uma área rural de Curaguaty, ligada a opositores, terminou com 17 mortes. O episódio desencadeou uma crise no Paraguai, na qual o presidente Fernando Lugo, acusado pelo ocorrido, foi sendo isolado no xadrez político. Seis dias depois, a Câmara dos Deputados aprovou de modo quase unânime (73 votos a 1) o pedido de impeachment do presidente. No dia 22, pouco mais de 24 horas depois, o Senado julgou o processo e, por 39 votos a 4, destituiu o presidente.
A rapidez do processo, a falta de concretude das acusações e a quase inexistente chance de defesa do acusado provocaram uma onda de críticas entre as lideranças latino-americanas. Lugo, por sua vez, não esboçou resistência e se despediu do poder com um discurso emotivo. Em poucos instantes, Federico Franco, seu vice, foi ovacionado e empossado. Ele discursou a um Congresso lotado, pedindo união ao povo paraguaio – enquanto nas ruas manifestantes entravam em confronto com a polícia -, e compreensão aos vizinhos latinos, que questionam a legitimidade do ocorrido em Assunção.
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