Gilmar Mendes critica resposta de Dilma à citação feita por Barbosa
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou nesta terça-feira a nota divulgada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff. Dilma foi citada pelo relator da ação penal do mensalão, Joaquim Barbosa, que levou ao plenário um depoimento da então ministra da Casa Civil. Mendes classificou de “anomalia” a atitude da presidente. “Imagine […]
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes criticou nesta terça-feira a nota divulgada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff. Dilma foi citada pelo relator da ação penal do mensalão, Joaquim Barbosa, que levou ao plenário um depoimento da então ministra da Casa Civil. Mendes classificou de “anomalia” a atitude da presidente.
“Imagine se cada vez que o tribunal tiver que se debruçar sobre depoimentos tiver de buscar a interpretação autêntica do depoente. Imagina o que vai representar isso! Isso vai anular o julgamento? Diante da vastidão de provas existentes? É um caso extremamente difícil e gera esse tipo de anomalia”, disse Mendes.
Na quinta-feira da semana passada, Barbosa relembrou depoimento da presidente concedido em 2009, quando ainda era ministra da Casa Civil, no qual disse ter ficado surpresa com a rapidez com que foi aprovado o marco regulatório do setor energético. “(Dilma) disse que se surpreende, vendo com os olhos de hoje, com a rapidez da aprovação desse projeto. É possível assim avaliar a dimensão (do esquema)”, afirmou o relator.
Na nota que emitiu para responder à citação no tribunal, Dilma justificou que ficou surpresa em virtude de acordo celebrado entre líderes da Câmara dos Deputados e do Senado para aprovar a matéria, especialmente porque a matéria teve mais de mil emendas ao texto. Segundo ela, a reação se deu “por termos conseguido uma rápida aprovação por parte de todas as forças políticas que compreenderam a gravidade do tema”.
Antes do julgamento, Gilmar Mendes se envolveu em uma polêmica com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ministro denunciou que Lula teria tentado pressionar pelo adiamento da análise do processo, que teve início no dia 2 de agosto. Mendes chegou a ironizar o depoimento dado pela presidente.
“O depoimento dela vale tanto quanto dos outros. Não é assim que se diz na República?”, afirmou antes de participar da sessão da Segunda Turma do STF.
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.
Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.
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