Dólar fecha quase estável, com cautela após atuação do BC

O dólar fechou praticamente estável ante o real nesta segunda-feira, com investidores cautelosos depois da intervenção do Banco Central na última sessão que, juntamente com declarações de autoridades do governo, deixou os investidores se questionando sobre uma possível mudança do teto informal de 2,10 reais. O cenário externo também colaborava, com operadores evitando posições m…

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O dólar fechou praticamente estável ante o real nesta segunda-feira, com investidores cautelosos depois da intervenção do Banco Central na última sessão que, juntamente com declarações de autoridades do governo, deixou os investidores se questionando sobre uma possível mudança do teto informal de 2,10 reais.

O cenário externo também colaborava, com operadores evitando posições mais arriscadas à espera de notícias sobre a Grécia e o combate ao abismo fiscal nos Estados Unidos.

A moeda norte-americana encerrou com variação positiva de 0,03 por cento, a 2,0825 reais na venda. Durante o dia, a moeda oscilou entre 2,0725 reais e 2,0870 reais.

Segundo dados da BM&F, o volume negociado foi de 2,251 bilhões de dólares, melhorando sobre os vistos na semana passada, recheada de feriados.

“O mercado aqui e lá fora continuam sem rumo. Investidores não têm feito grandes apostas no curto prazo”, disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo, acrescentando que a moeda norte-americana deve ficar em torno de 2,08 reais nos próximos dias.

Para ele, o mercado ficou um pouco mais calmo e perdeu o estímulo para testar patamares mais altos da moeda depois que o BC interveio na sexta-feira por meio de um leilão de swap cambial tradicional, operação de equivale a venda de dólares no mercado futuro.

No entanto, ainda há dúvidas sobre qual será o novo padrão de comportamento da moeda, que ficou durante meses quase congelada. Também há incertezas sobre o novo teto da banda informal do dólar, já que o BC atuou com a divisa quase a 2,12 reais e declarações de autoridades do governo têm sugerido que gostariam de ver um dólar mais forte para proteger a indústria nacional e estimular a economia.

A escalada do dólar frente ao real culminou com a moeda ultrapassando os 2,11 reais na sexta-feira, movimento que foi impulsionado pela declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Em novembro, a moeda ainda acumula alta de 2,57 por cento frente ao real.

Mantega disse que a taxa de câmbio estava “numa condição razoável”, mas “não completamente satisfatória”, alimentando interpretações no mercado de que o governo quer o real mais desvalorizado. Porém, diante de uma rápida alta da moeda o BC atuou.

A aparente dissonância entre a declaração de Mantega e a intervenção do BC deixou o mercado mais cauteloso. Na quinta-feira, também na contramão das declarações de Mantega, o presidente do BC, Alexandre Tombini, já havia alertado que de que a autoridade monetária estaria pronta para dar liquidez ao mercado se necessário.

Outro fator de cautela para o mercado, é o cenário externo com grandes questões ainda sem solução. A atenção dos investidores continua voltada para uma decisão sobre a próxima parcela de ajuda para a Grécia, sobre a qual estão discutindo o Fundo Monetário Internacional (FMI) e ministros das Finanças da zona do euro em encontro nesta segunda-feira.

Nos EUA, por sua vez, continuam no radar as discussões em torno do conjunto de aumentos de impostos e cortes de gastos automáticos nos Estados Unidos, o chamado abismo fiscal.

As variações de outras moedas no exterior evidenciavam o compasso de espera no mercado. Às 18h00, o euro mostrava oscilação negativa de 0,12 por cento ante à moeda norte-americana, enquanto o dólar tinha leve alta de 0,06 por cento em relação a uma cesta de moedas.

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