Dia Mundial do Braille: ainda falta informação sobre o sistema de leitura e escrita dos cegos

Foi graças ao francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro de 1809, que as pessoas cegas puderam beneficiar-se da escrita e da leitura

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Foi graças ao francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro de 1809, que as pessoas cegas puderam beneficiar-se da escrita e da leitura

Hoje, 04 de janeiro, é comemorado o Dia Mundial do Braille, que é o sistema de escrita e leitura das pessoas cegas. De acordo com os novos dados do Censo 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem mais de seis milhões (6.585.308) de pessoas com deficiência visual.

Desse total, mais de 582 mil possuem cegueira; e aproximadamente seis milhões de cidadãos possuem baixa visão. O número representa 3,5% da população brasileira, o que significa que a deficiência visual é aquela com maior incidência na população do país.

A data serve como importante canal para discussão sobre os recursos oferecidos aos cegos do nosso país e as necessidades deles.

Foi graças ao francês Louis Braille, nascido em 4 de janeiro de 1809, que as pessoas cegas puderam beneficiar-se da escrita e da leitura, o que, além de permitir o acesso ao conhecimento, permite a inclusão na sociedade e a cidadania a milhões de brasileiros.

Atualmente, o Sistema Braille está presente em muitos lugares e objetos, como: embalagens de medicamentos, cosméticos, alimentos ou até cardápios, mas ainda geram uma série de dúvidas sobre como realmente a pessoa cega lê.

Entenda o Sistema Braille

Baseado na combinação de seis pontos dispostos em duas colunas e três linhas, o Sistema Braille permite a formação de 63 caracteres diferentes, que representam as letras do alfabeto, os números, a simbologia científica, musicográfica, fonética e informática.

Esse sistema adapta-se perfeitamente à leitura tátil, pois os seis pontos em relevo podem ser percebidos pela parte mais sensível do dedo com apenas um toque.

O Braille no Brasil

O Sistema Braille chegou ao Brasil em 1850 pelas mãos do jovem cego José Álvares de Azevedo. Mas somente a partir da década de 1940, com a criação da Fundação para o Livro do Cego No Brasil (hoje, Fundação Dorina Nowill para Cegos) que a produção de livros nesse formato ganhou força.

Nos últimos 60 anos, no Brasil, é difícil encontrar uma pessoa cega alfabetizada que não tenha tido em suas mãos pelo menos um livro em ‘braille’ produzido pela Fundação Dorina.

Um dos maiores meios de comunicação braille do mundo em capacidade produtiva, a Fundação Dorina produziu, em 2011, mais de 270 novos títulos em Braille. Isso totalizou cerca de 90 mil exemplares distribuídos para 2.000 organizações e para as 5.000 bibliotecas públicas municipais do país.

Fundação Dorina

A Fundação Dorina oferece ainda, para crianças e jovens com deficiência visual, o programa de educação especial destinado a enriquecer o processo de desenvolvimento, incentivando a aprendizagem e inclusão em escolas regulares por meio de aulas de braille, orientação e mobilidade, entre outros atendimentos terapêuticos.

Segundo Maria Glicélia Alves, pedagoga da Fundação Dorina, a falta de informação é ainda o principal problema em relação ao braille, pois muitos professores ainda acham que é simples ensinar o sistema a um aluno cego. “No entanto, a alfabetização braille tem as suas especificidades, e o professor, para realizar essa tarefa com êxito, tem de buscar ajuda”, explica a especialista.

Com informações da Fundação Dorina

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