Democratas tentam se aproveitar dos problemas do JP Morgan

Os democratas americanos tentam tirar proveito dos problemas do banco JP Morgan Chase, que, segundo eles, ilustram os males do programa liberal do candidato presidencial republicano Mitt Romney. Os 2 bilhões de dólares perdidos devido a “erros” e “falta de rigor” em operações financeiras pelo banco nova-iorquino levaram na sexta-feira os senadores democratas Jeff Merkley […]

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Os democratas americanos tentam tirar proveito dos problemas do banco JP Morgan Chase, que, segundo eles, ilustram os males do programa liberal do candidato presidencial republicano Mitt Romney.

Os 2 bilhões de dólares perdidos devido a “erros” e “falta de rigor” em operações financeiras pelo banco nova-iorquino levaram na sexta-feira os senadores democratas Jeff Merkley e Carl Levin a atacar especialmente Romney.

“Temos um candidato à presidência que quer excluir integralmente a lei” de regulação financeira de 2010, chamada de Dodd-Frank, disse à imprensa Levin, considerado um intervencionista em matéria econômica. “Mitt Romney não quer simplesmente criar um vácuo jurídico (…). Vai muito além. Revogaria a lei Dodd-Frank”, acrescentou.

O candidato, em campanha na Carolina do Norte (sudeste), não respondeu. Seu porta-voz, Rick Gorka, indicou em um comunicado que o episódio das perdas do JP Morgan Chase demonstrava “a importância da vigilância e da transparência no mercado de derivativos” e que, se Romney fosse eleito presidente, militaria “por uma regulação de sentido comum”.

Entre os republicanos, o senador Bob Corker, um moderado, convocou uma audiência parlamentar sobre o caso JP Morgan, para saber se as finanças públicas estão protegidas de uma eventual quebra do banco, e quais falhas conduziram a semelhantes perdas.

Para os democratas, o JP Morgan é um alvo ideal. Desde a aprovação da lei Dodd-Frank, seu diretor-geral, Jamie Dimon, tornou-se o “laissez-faire” nas finanças, criticou vários aspectos das iniciativas dos legisladores democratas em termos muito duros.

O representante Barney Frank, que deu seu nome à lei, não perdeu a oportunidade de se referir ao assunto. “O JP Morgan Chase, sem nenhuma ajuda do Estado, perdeu nesta série de transações cinco vezes o montante do que alega que lhe custa a regulação financeira”, ironizou em um comunicado.

Levin estigmatizou as posições políticas de Dimon. “Está a favor da revogação da lei Dodd-Frank. Não quer que os derivativos sejam regulados. Não quer que as atividades dos bancos como JP Morgan sejam reguladas (…). E com esta perda de 2 bilhões estas três posições demonstraram ser, penso, totalmente equivocadas”, disse.

Para seu colega Jeff Merkely, “é um caso de manual que ilustra as razões pelas quais precisamos de um corta-fogo sólido com a regulamentação Volcker”.

Esta disposição da lei de 2010, que segue sem entrar em vigor, proíbe aos bancos especular por sua conta nos mercados financeiros.

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