Corumbá : Tradição de Cosme e Damião faz alegria de crianças

Vinte e sete de setembro é dia de crianças nas ruas de Corumbá. A mochila, que no cotidiano serve para carregar o material escolar, nesse dia, está nas costas da gurizada, mas com um outro objetivo: carregar a maior quantidade de doces que conseguirem pegar dos devotos de São Cosme e Damião. A cada rua […]

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Vinte e sete de setembro é dia de crianças nas ruas de Corumbá. A mochila, que no cotidiano serve para carregar o material escolar, nesse dia, está nas costas da gurizada, mas com um outro objetivo: carregar a maior quantidade de doces que conseguirem pegar dos devotos de São Cosme e Damião.

A cada rua percorrida a criançada presta atenção na movimentação para não deixar escapar a oportunidade de ganhar mais um “saquinho” cheio de guloseimas. Os fogos de artifício são o aviso sonoro que atrai meninos e meninas de todas as idades, entretanto, a aglomeração na porta de uma casa também é uma pista de que ali vão ser distribuídos os doces.

Na porta da residência da devota Maria Sorrilha da Silva, 36 anos, várias crianças aguardavam a distribuição dos doces.

Cumprindo há 10 anos a promessa feita aos santos gêmeos que pedia pela saúde do seu segundo filho, Maria conta que seguirá com a tradição devido às graças alcançadas ano após ano. “Meu filho está com saúde, tranquilo, por isso faço até hoje. Enquanto eu tiver força e saúde, vou fazer”, afirmou. Ela conta que recorreu justamente a São Cosme e Damião por ouvir falar desde criança sobre a força dos santos.

“Quando criança eu também pegava muitos doces e ouvia falar que os santos faziam milagres, por isso fiz a promessa”, disse ao comentar que faz economias ao longo do ano para não deixar faltar nada que a criançada gosta. “Ah, tem que ter bala, chiclete, pirulito, pipoca, ..”, frisou.

Para evitar confusão, Maria ordena que as crianças menores entrem no terreno onde começa a repartir os doces. Só depois que todas elas pegaram um saquinho é que começa a entregar para os com mais idade.

Até mesmo o senhor Francisco Azarias dos Santos, de 72 anos, ganhou um saquinho com doces. Ele passava pelo local e ficou feliz em poder fazer um agrado ao filho que está em casa. O idoso destacou o que considera ser salutar na tradição corumbaense. “Eu vim do Norte, e aqui as crianças são bem comportadas, não brigam”, disse.

Diego Santos, 08 anos, já havia pegado quatro saquinhos até o momento em que encontrou a reportagem. O menino contou que todo ano vai para as ruas e que gosta quando encontra chocolates e pipocas doces. Ele disse que, junto a um grupo de amigos, buscará mais doces ao longo do dia.

“Quero encher a mochila. Quando a gente consegue pegar bastante, tem doce por uns dias e isso é legal”, disse o garoto.

Como as ruas, sobretudo as dos bairros da cidade, ficam cheias de crianças, pede-se aos motoristas que fiquem atentos à movimentação dos grupos e não trafeguem em alta velocidade pelas vias para evitar acidentes.

 

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