Corpo de professor assassinado é velado na Câmara de Nova Andradina

Desde a noite de quinta-feira (28), amigos e familiares se despedem do educador Delmiro Salvione Bonin. Ele foi assassinado por um aluno no distrito de Nova Casa Verde, no município de Nova Andradina. O sepultamento está previsto para esta tarde, na cidade de Angélica (MS). O corpo será velado até às 11h30 na Câmara Municipal […]

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Desde a noite de quinta-feira (28), amigos e familiares se despedem do educador Delmiro Salvione Bonin. Ele foi assassinado por um aluno no distrito de Nova Casa Verde, no município de Nova Andradina. O sepultamento está previsto para esta tarde, na cidade de Angélica (MS). O corpo será velado até às 11h30 na Câmara Municipal de Nova Andradina. Logo depois, ele será levado para a cidade onde moram os pais e parte da família do professor.

Um educador que conhece o estudante acusado de ter disparado os tiros disse que lecionou para o jovem no dia do crime. “O aluno chegou, parou na frente do diretor que estava indo em direção ao portão e quando ficaram aproximadamente três metros um do outro, sacou um revólver Calibre 22 que estava no bolso da bermuda e deu um tiro, esperou e disparou mais três ou quatro vezes até o Delmiro cair no chão”, afirmou.

Ele também comentou que o aluno teria saído andando e que o mesmo passou o dia sem fazer nada, apenas passeando e assistindo as aulas do jeito que queria, entrando e saindo da sala de aula. A necropsia constatou que o professor Delmiro foi atingido por três disparos, sendo que um perfurou o pulmão e não o coração como foi informado anteriormente.

Reincidente

Rosimeire Silva, coordenadora da escola Luiz Carlos Sampaio, lamentou o ocorrido dizendo que o aluno não deveria ter sido reintegrado na unidade escolar, após ter esfaqueado outro estudante.

“Com o histórico de esfaquear um colega, ele nunca poderia ter voltado à escola, apenas trocaram o período que era de manhã e passou a estudar a tarde”, relata a educadora indignada.

“Um diretor é baleado, você vai pedir proteção a policia e eles dizem que a viatura não tem pneu, precisa da ambulância ninguém consegue achar porque na casa do motorista não tem telefone. É o fim”, disse ela.

A professora relatou ainda que uma reunião entre diretores, professores, pais de alunos e representantes da Justiça de Nova Andradina estava marcada para a próxima terça-feira (03) para discutir se o jovem permaneceria na escola.

Alguns populares, através de denúncia anônima, teriam ligado para a escola alertando que o aluno estaria andando armado pelo distrito e a intenção seria matar alguém na unidade.

Vicente Lichoti (PT), vereador de Nova Andradina, esteve presente no mês de março nas reuniões da comunidade, afim de que a escola permanecesse sob domínio do estado. O parlamentar disse não acreditar no que aconteceu ao colega. “Isso é a falta que a célula mãe da sociedade provoca, é a única explicação, faltou família, caráter, faltou tudo”, disse ele.

O prefeito Gilberto Garcia (PMDB) também lamentou o episódio. “É lamentável entre mais de seis mil alunos, um manchou a educação de Nova Andradina com um fato sem explicação. Nossas escolas são boas, os alunos são bacanas, os professores gostam do que fazem, nossa escola não é isso, foi um fato isolado”, comentou.

Polícia

Duas viaturas de Nova Andradina estão nas proximidades da escola desde quinta-feira. Porém, o acusado não foi encontrado. Os policias procuram o menor e um colega que teria dado suporte na fuga.

Existe a possibilidade do mesmo ter fugido para Bataguassu ou Angélica, mas acredita-se que o mais provável é que ele esteja escondido em um assentamento.

A polícia já apurou que ele teria trabalhado em uma carvoaria e teria dinheiro para uma possível fuga.

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