Com nuvem extra de mosquito, Campo Grande antecipa força tarefa contra dengue

Por conta de inverno atípico, ovos do mosquito Aëdes aegypti, transmissor da dengue, começaram a eclodir em junho. Normalmente isto acontece no verão, estação caracterizada por chuvas.

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Por conta de inverno atípico, ovos do mosquito Aëdes aegypti, transmissor da dengue, começaram a eclodir em junho. Normalmente isto acontece no verão, estação caracterizada por chuvas.

O inverno 2012 vai ser totalmente atípico dos anos anteriores, ou seja, será com chuvas, conforme previsões de meteorologistas. Isto já preocupa as autoridades de saúde de Campo Grande que iniciaram nesta sexta-feira um plano de ação antecipado para tentar evitar que uma epidemia de dengue aconteça como foi o caso de 2007.

Para combater focos de procriação do mosquito Aëdes aegypti, transmissor da dengue, o setor de controle de vetores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e o Comitê de Combate à Dengue anteciparam algumas ações que começariam a entrar em vigor somente em agosto.

O chefe do setor de controle de vetores, Alcides Ferreira explica que o inverno é tipicamente seco e isto significa que os ovos ficam secos nos criadouros até o período de verão que é de chuvas. Como este ano será atípico, os ovos que estão inertes começam a eclodir neste período de inverno. “Em oito a dez dias depois de chuva os ovos eclodem. Como já choveu na semana passada, já estamos com um ‘safra’ extra chegando”, alerta.

Uma das medidas de combate à dengue que foram antecipadas é o Levantamento de Índice Rápido do Mosquito Aedes aegypti (Lira), que permite conhecer os locais de maior infestação. A partir de agora vai acontecer com menor intervalo entre eles para diagnosticar pontos críticos e imediatamente fazer força tarefa de combate.

A prefeitura já planeja também um megamutirão de limpeza em toda a cidade, começando pelos bairros que apresentarem maior risco. Alcides Ferreira ressalta que os moradores serão avisados quando a prefeitura vai passar em cada bairro. “Não é para colocar os materiais focos de mosquito agora nas ruas”, frisa.

Alcides Ferreira reforça ainda que quando entrar em operação o mutirão de limpeza, é para os moradores colocarem na rua para serem recolhidos materiais que se apresentam como focos do mosquito transmissor da dengue como, por exemplo, garrafas. “Não é para colocar sofá velho”, diz.

Os dados epidemiológicos demonstram que algumas regiões da cidade já evidenciam alto risco de infestação, entre eles os bairros Jardim Veraneio, Alves Pereira, Lageado, TV Morena, Estrela Dalva. Segundo Alcides, as ações intensificadas de combate à dengue começaram por esses bairros. “Vamos fazer uma grande mobilização para envolver comunidade e contar com o apoio da mídia, possivelmente no dia 6 de agosto, Dia Municipal de Combate a Dengue”, adianta Alcides.
Casos

De janeiro até agora já foram registrados 3.900 casos de dengue em Campo Grande. Janeiro foram 510 casos, fevereiro 633, março 767, abril 851, maio 851 e junho 206 casos.

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