Brasileiros vão ter mais dinheiro no bolso, dizem economistas do comércio

O que seria inimaginável, há menos de década, hoje é um retrato fiel do atual estágio da realidade econômica brasileira

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O que seria inimaginável, há menos de década, hoje é um retrato fiel do atual estágio da realidade econômica brasileira

Enquanto estudos indicam que o consumo da chamada Classe C vai aumentar em R$ 800 bilhões até 2020, sustentando o crescimento acumulado da economia em 40% no período, os países da zona do Euro anunciam recordes negativos, e sucessivos, de desemprego.

Na zona do Euro, em janeiro de 2012, 16,925 milhões de trabalhadores estavam desempregados, um índice que alcançou os históricos 10,7%. Em toda a Europa são 24,325 milhões de trabalhadores sem trabalho, resultado de mais de duas mil pessoas sem trabalho, por dia, no último ano.

No Brasil, a boa notícia vem da poderosa Federação do Comércio de São Paulo, que ontem divulgou a análise “A evolução da classe média e o seu impacto no varejo”.

Os economistas da Fecomercio acreditam que o consumo familiar no Brasil será de R$ 3,53 trilhões em 2020, principalmente em função da ascensão social dos trabalhadores da chamada classe C, que hoje engloba 54% dos brasileiros.

O montante representará 65% do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2020.

Para a entidade, o crescimento do poder aquisitivo da população ficará mais evidente na classe C, que hoje representa 54% dos brasileiros e possui uma capacidade de consumo de mais de R$ 1 trilhão, o que equivale a 51% de toda a renda das famílias

Segundo a Fecomercio, em 2003, as classes A, B e C somavam 49% das famílias, mas hoje o salto econômico e social elevou o índice para 61%.

“Em 2003, menos da metade dos brasileiros se encontrava em um patamar médio de consumo, enquanto hoje quase dois terços da população já alcançou esse patamar”, informa

O estudo da Federação

A previsão dos economistas da Fecomercio é que em 2015, a classe média terá poder de consumo superior ao das classes A e B somadas. “O Brasil de 2020 será um dos maiores mercados consumidores e uma das maiores economias globais”, assegura a Federação.

Estudo baseado em ascensão das vendas

Em menos de uma década, 2004 a 2010, o crescimento médio do varejo foi de 9% ao ano, fato que propiciou um aumento real de 82% nas vendas no período.

Segundo o IBGE, a nova classe média é formada por famílias com renda mensal de R$ 1,4 mil a R$ 7 mil.

De 2003 para cá fez, segundo a Fecomercio, a estratégia do governo federal de elevar a geração de renda e emprego, e portanto o nível de consumo do mercado interno, fez cair a taxa de desemprego de 11,7% para 6,7%.

Com isso, a massa real de salários aumentou em torno de 30% no mesmo período, e daí a sua forte repercussão no comércio, na indústria, na agricultura e no setor de serviços.

“Em sete anos, o comércio varejista quase dobrou de tamanho”, afirma o estudo.

Os dados da Fecomercio indicam, por exemplo, que o consumo de carne bovina de primeira aumentou 4,2%, e o de frango recuou 11,8% no período.

Segundo a Federação, “o Brasil tornou-se uma economia de classe média com renda maior e mais bem distribuída e ainda contará com o processo de inclusão de pessoas de faixas de renda mais baixas no mercado de consumo por mais essa década, ao menos”.

Europa vive aumento da inflação e desemprego

Segundo dados da Eurostat, instituição de estatísticas e sondagens europeia, com exceção da Alemanha, cujo desemprego caiu para o patamar mais baixo do país, 5,5%, a queda no nível de postos de trabalho e a inflação em ascensão é a tônica dos outros países.

Dentre os países da comunidade do Euro, a Espanha, tem 22,9% de pessoas desempregadas, seguida pela Grécia, com 19,2%. A Irlanda aparece em terceiro, com 14,5% e Portugal a seguir, com 13,6% da mão de obra desempregada.

O forte contraste da economia brasileira, em ascensão, com as grandes economias mundiais em recessão, tem provocado forte valorização do Real perante o Dólar.

A cotação Dólar/Real chegou a ficar abaixo de R$ 1,70 na semana.

Para impedir a entrada de uma avalanche de dólares no país, o governo brasileiro acaba de elevar o imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos de empresas no exterior para 6%, por um prazo de três anos.

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