Meninas da ginástica rítmica se consagram tetracampeãs do Pan
Do lado de fora da arena era possível escutar os gritos e as buzinas quando a música parou de tocar. De novo, os mexicanos de Guadalajara pareciam adotar o Brasil como país do coração. “My way”, que na véspera tinha ajudado Angélica Kvieczynski a levar o bronze no individual geral, neste domingo voltou a abrir […]
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Do lado de fora da arena era possível escutar os gritos e as buzinas quando a música parou de tocar. De novo, os mexicanos de Guadalajara pareciam adotar o Brasil como país do coração. “My way”, que na véspera tinha ajudado Angélica Kvieczynski a levar o bronze no individual geral, neste domingo voltou a abrir caminho. Tocou o coração da torcida e foi seguida por um ritmo mesclado – de trilhas sonoras de um espetáculo do Cirque Du Soleil e do filme de animação “Rio”. Eles embalaram duas apresentações delicadas e deram à recém-formada seleção o quarto ouro no conjunto geral da ginástica rítmica em Jogos Pan-Americanos. Canadá ficou com a prata, e Cuba completou o pódio. Os Estados Unidos ficaram apenas em quarto.
– Equipes como Canadá e EUA estão treinando juntas desde 2008. A gente se reuniu em fevereiro, com meninas novas, todas de 16 anos. Carregar essa responsabilidade foi muito difícil. Tivemos que treinar muito – disse Luísa Matsuo, de 23 anos e única que estava no Pan do Rio, em 2007.
O Brasil foi o segundo a se apresentar nas bolas, depois de Estados Unidos e antes de Canadá, favoritos. Os dois ficaram para trás. Luísa Matsuo, Débora Falda, Dayane Amaral, Eliane Sampaio, Drielly Daltoé, ao som de “My Way”, ganharam 25.100 pontos, contra 24.450 das canadenses e 23.600 das americanas.
Na segunda rotação, com fitas e arco, as meninas brasileiras viram todas as adversárias se apresentarem: Canadá, Venezuela, Cuba e Estados Unidos. Bianca Mendonça entrou no grupo que vestiam agora amarelo e dançava ao som de um mix de duas músicas: uma do Cirque du Soleil e uma da trilha sonora do filme “Rio”. Dois erros nas fitas assustaram; as cubanas lideravam o aparelho, com 23.575. Mas era dia de Brasil. Nota 23.475 e medalha de ouro.
A seleção volta a competir na segunda-feira. Angélica disputa as finais de arco e bola; Natália Gaudio, só a de arco. O conjunto participa da decisão da prova de cinco bolas. Na terça, luta por medalha em fita-arco.
– Se competirmos como hoje, temos chance. Mas essa medalha de ouro foi a mais importante porque estávamos carregando a responsabilidade de três Pans – disse Luisa.
Campeã pan-americana em Winnipeg-1999, a técnica Camila Ferezin assumiu como técnica da seleção em fevereiro. Convocou meninas novas, inexperientes. Duas delas migraram do individual para a equipe. Drielly e Eliane se juntaram ao conjunto apenas em julho.
– Foi uma tática, pois precisávamos ter o melhor onde tínhamos mais possibilidade de ouro. O Brasil se uniu. Agradeço muito às treinadoras – disse Camila.
– Não foi fácil, mas deu certo – disse Eliane.
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