Governo questiona PF por uso de algema na Operação Voucher

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, questionou nesta quarta-feira a Polícia Federal pelo uso de algemas na Operação Voucher, que prendeu 35 pessoas na terça-feira (9). Em ofício enviado à instituição obtido pela Folha, Cardozo cobrou explicações em “caráter de urgência” e afirmou que, “caso constatada qualquer infração às regras em vigor, determino a […]

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, questionou nesta quarta-feira a Polícia Federal pelo uso de algemas na Operação Voucher, que prendeu 35 pessoas na terça-feira (9).
Em ofício enviado à instituição obtido pela Folha, Cardozo cobrou explicações em “caráter de urgência” e afirmou que, “caso constatada qualquer infração às regras em vigor, determino a abertura imediata dos procedimentos disciplinares cabíveis”.
O governo não gostou de ver publicada nesta quarta-feira na Folha a imagem do secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, algemado ao chegar a Brasília ao lado de um policial. O Planalto reclamou na noite de terça-feira de indícios de exagero na condução da operação.
Líderes da base aliada na Câmara reclamaram, na terça-feira, de abuso de poder do Judiciário no caso das prisões no Ministério do Turismo.
Para o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), uma pessoa que está há dois meses no ministério, como Colbert Martins, não pode ser presa sem nenhum tipo de explicação por convênios firmados em 2009.
“Acho que houve abuso de poder do Judiciário e do Ministério Público”, afirmou o petista.
A opinião é a mesma do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), que reclama do tratamento dado pelo Judiciário ao seu correligionário, Colbert Martins. “Isso é um absurdo. Ele foi preso sem nem saber o porquê, sem nem ter sido ouvido. Esse procedimento não é correto, não faz parte do Estado democrático de direito”, disse.
Voucher
A Polícia Federal deflagrou a Operação Voucher com o objetivo de investigar desvio de dinheiro num convênio de R$ 4,45 milhões firmado entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável), foco da fraude. No total, 35 pessoas foram presas.
Na ação, com cerca de 200 policiais federais, divididos em São Paulo, Brasília e Macapá, a PF cumpriu 19 mandados de prisão preventiva e 19 mandados de prisão temporária –também foram expedidos sete mandados de busca e apreensão.

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