Gestão da saúde de Mato Grosso do Sul é debatida em audiência pública

Entre os problemas destacado na saúde está a gestão e a fiscalização dos recursos, que precisam ser ampliados, mas deve haver critérios na administração

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Entre os problemas destacado na saúde está a gestão e a fiscalização dos recursos, que precisam ser ampliados, mas deve haver critérios na administração

A Assembleia Legislativa realizou nesta terça-feira (25) uma audiência pública, com o tema “A saúde pública no Mato Grosso do Sul”.

O deputado estadual Paulo Corrêa (PR) ressaltou a importância do tema e falou sobre a sugestão que recebeu do deputado Jerson Domingos. “70% do que é apostado nas loterias é retido pela Caixa e pode ser uma saída para atender o que prevê a emenda 29”.

Paulo Corrêa destacou que a audiência é o momento para discutir as formas de ajudar na gestão da saúde. “Queremos atendimento de qualidade, mas para isso precisamos pagar melhor”, avaliou.

De acordo com o deputado, a audiência teve como público alvo os secretários e gestores de saúde. “Nós vamos tirar todas as dúvidas, quem quer saber o que está sendo feito no estado, nós vamos passar isso também”.

Para Paulo Corrêa o principal da audiência é a abertura de diálogo. “O que eu vejo é que existe muita dúvida, como é que funciona a nossa regulação?”, exemplificou.

Emenda

Sobre a emenda 29, o deputado Paulo Corrêa acredita na necessidade de melhor a remuneração. “Hoje os médicos estão fazendo uma manifestação ao contrário e eu acho muito legal, pois é necessário verificar o que se paga. Quem em sã consciência faria uma cesariana por R$60? Uma fonte de recurso pode ser as loterias, como sugeriu o deputado Jerson Domingos”.

Mato Grosso do Sul

Para o deputado estadual Lauro Davi (PSB) a situação da saúde em Mato Grosso do Sul não é tão catastrófica como em outras regiões. “É evidente que tem problemas na saúde do Brasil inteiro e nós por sermos um estado não tão intensamente povoado, não termos uma extensão territorial muito grande, nós temos algumas estruturas que permitem o atendimento”, avaliou.

Segundo o deputado, Campo Grande representa referência não só no estado, mas para muitas cidades da região Centro-Oeste. “Então nós podemos dizer que a nossa questão de saúde pública não é confortável, mas se compararmos nós não estamos ainda no caos total do atendimento à saúde pública”.

O deputado destacou que a audiência é o momento para esclarecer junto aos gestores de saúde dois pontos importantes. “O primeiro é a distribuição dos recursos e o segundo é que não adianta simplesmente injetar recursos na saúde, se nós não tivermos o critério de gestão esclarecido e as condições de acompanhamento e fiscalização desses recursos”.

Lauro Davi acredita que a audiência pública deve traçar metas para dar encaminhamento à gestão da saúde.

Situação

Com relação às filas para o atendimento e dos corredores lotados nos hospitais, o deputado Lauro Davi destacou como uma situação do estado inteiro. “Nós temos municípios do interior que a assistência à saúde é uma ambulância e ainda, às vezes, em más condições de conservação. Não tem como fazer um atendimento nem de baixa complexidade. Esta é a causa dos corredores”.

O deputado ressaltou que os hospitais de Campo Grande possuem um limite de atendimento. “Precisamos discutir o investimento no profissional e na estrutura que temos no interior, de regionalização de atendimento à saúde, que tem que caminham com urgência”.

Trabalhadores

Para João Batista Botelho, do Sindicato dos Médicos, a audiência deve evoluir para um diagnóstico da situação da saúde. “Que possa contribuir com o projeto de lei do estado que cria a gestão participativa”, avaliou.

Botelho acredita que a audiência seja um primeiro passo. “Também espero que a gente possa discutir bem o projeto de lei e que não corram problemas futuros legais, inclusive na terceirização de atividades fins”.

Ministério Público

O procurador da justiça, Mauri Valentim Riciotti, apresentou as preocupações do Ministério Público, que tem um papel de fiscalizador. “Achamos que temos que colocar outro fator, que é a vigilância desses recursos, pois nós constatamos em nossa atuação que muitos recursos infelizmente continuam sendo mal geridos e por essa razão nós preconizamos mais recursos, mas ao mesmo tempo fortalecer todos os órgãos de controle para vigiar a destinação desses recursos.

Avaliação

Para a secretária de Estado de Saúde, Beatriz Dobashi, considera a saúde de Mato Grosso do Sul algo complexo. “Nossos indicadores tem melhorado. Temos diminuído a mortalidade infantil, a mortalidade materna, a questão do enfrentamento das doenças, mas nós temos muitos desafios”.

De acordo com a secretária, as salas de urgências estão sendo “atropeladas” pelo trauma. “Nós temos acidentes de trânsito muito acima do que se esperaria em uma cidade como a nossa e o trauma desestabiliza todo atendimento porque o trauma mobiliza toda a atenção”.

A secretária acredita que as críticas e as sugestões irão contribuir com a saúde. “As pessoas que estão na audiência são pessoas comprometidas com a gestão e vão fazer observações que vão ajudar estados e municípios a melhorem seus desempenhos”.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados