Em texto, Jobs diz que ‘infelizmente’ chegou o dia de deixar cargo de CEO

O presidente da Apple, Steve Jobs, anunciou oficialmente nesta quarta-feira (24) que está deixando o comando da empresa. O cargo de CEO será ocupado por Tim Cook, vice-presidente operacional e que comandou a empresa durante os períodos de licença médica de Jobs. A saída foi anunciada por carta, assinada pelo próprio Jobs (leia a íntegra). […]

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O presidente da Apple, Steve Jobs, anunciou oficialmente nesta quarta-feira (24) que está deixando o comando da empresa. O cargo de CEO será ocupado por Tim Cook, vice-presidente operacional e que comandou a empresa durante os períodos de licença médica de Jobs.

A saída foi anunciada por carta, assinada pelo próprio Jobs (leia a íntegra). Logo após o anúncio, as ações da Apple ficaram sem serem negociadas por alguns instantes. Na volta das negociações, já nos momentos finais do “after market”, os papéis caíram 5,2%, para US$ 356,67.

O executivo estava em uma licença médica desde 17 de janeiro, mas as razões de seu afastamento não foram divulgadas. O empresário não citou a razão específica para deixar o cargo de diretor-executivo, mas sua saída era esperada por especialistas, em virtude de sua saúde.

Jobs, 56 anos, fundador da empresa e que voltou para comandar a Apple em 1997 após ter deixado a companhia em 1985, se submeteu a uma cirurgia para retirada de tumor maligno no pâncreas em agosto de 2004. No primeiro semestre de 2009 e em janeiro de 2011, o empresário tirou licenças médicas para cuidar da saúde. Em ambas as ocasiões, Cook ficou no comando da empresa criadora do iPhone e do iPad.

“A extraordinária visão e liderança de Steve salvou a Apple e a guiou para sua posição de empresa de tecnologia mais inovadora e valiosa do mundo”, disse Art Levinson, membro do conselho, em um comunicado.

Com Jobs, a Apple deixou de ser uma empresa perto da falência em 1997 para se tornar, em agosto de 2011, a maior companhia de capital aberto do mundo. “O conselho tem total confiança de que Tim é a pessoa certa para ser nosso próximo CEO”, acrescentou Levinson.

Jobs ajudou a fundar a Apple em 1976 e participou do lançamento de produtos como o Apple II e o Macintosh, que ajudaram a redefinir o conceito de computador pessoal. Após uma série de decisões precipitadas que o levaram a perder o comando da empresa, Jobs deixou a companhia em 1985.

No período em que esteve afastado, ele comprou a pouco lucrativa divisão de animação da Lucasarts e a transformou em uma nova companhia, batizada de Pixar. A empresa foi a responsável por sucessos do cinema como “Toy Story” e “Carros”.

Em 1997, a Apple, em crise, comprou a empresa de computação criada por Jobs, a NeXT, e trouxe o fundador de volta. Desde então, construiu-se o mito de que Jobs era a força criativa e o salvador da Apple, uma empresa que é vista quase como uma religião por seus fãs-consumidores.

Em uma de suas primeiras atitudes de volta ao comando da companhia, Jobs fechou uma parceria com a eterna rival Microsoft, decisão que deixou usuários da marca questionando se haveria futuro para a Apple.

Havia, e muito além dos computadores pessoais. Após investir em design e reformular a linha Macintosh, a Apple encontrou ouro no setor de aparelhos portáteis de música. O iPod, que chegou ao mercado em 2001, revolucionou o mercado musical, afundando a venda de CDs e consolidando o MP3 e outros formatos digitais como o futuro da mídia. Tim Cook, o substituto de Jobs,

Com o iPhone, em 2007, e o iPad, em 2010, mais duas mudanças significativas no paradigma de como as pessoas se relacionam com informações. O sucesso comercial absoluto dos dois produtos levaria a Apple a posto de maior empresa de tecnologia do mundo, superando no caminho a IBM – grupo que Jobs desprezava desde os tempos de faculdade – e a Microsoft, do rival – mas parceiro – Bill Gates.

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