Brasileiro do UFC Rio diz que só ganha R$ 500 por mês

Durante a árdua tarefa de perder peso para bater o limite da categoria, realizada antes da pesagem do último Jungle Fight, uma pessoa chamava a atenção. Enquanto os que lutariam no evento entravam e saiam da sauna, Yuri Marajó, que acompanhava o irmão Ildemar, ajudava a todos. Solícito, o atleta enxugava o suor dos companheiros, […]

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Durante a árdua tarefa de perder peso para bater o limite da categoria, realizada antes da pesagem do último Jungle Fight, uma pessoa chamava a atenção. Enquanto os que lutariam no evento entravam e saiam da sauna, Yuri Marajó, que acompanhava o irmão Ildemar, ajudava a todos.

Solícito, o atleta enxugava o suor dos companheiros, ajudava-os a subirem na balança e emitia frases de apoio. Apesar do empenho, Marajó, que está escalado para lutar no UFC Rio, em sua estreia no evento, não está habituado à “guerra” com a balança.

– Vi o sofrimento do pessoal perdendo peso e acho que vou baixar um pouco de peso para ficar mais fácil de secar antes de lutar. Se eu precisar tirar apenas quatro quilos vai ser mais fácil.

Isso porque no dia 27 de agosto, o faixa-preta de jiu-jitsu fará seu primeiro combate entre os pesos penas (65 kg), mesma categoria do campeão José Aldo. Como pesa cerca de 73 kg naturalmente, seu biotipo é pequeno para a categoria dos leves (70 kg).

– É melhor eu lutar no peso de baixo mesmo, a diferença é muito grande. Mas, para chegar até aqui, eu já tive eu competir até entre os meio-médios (77 kg) [risos].

O motivo da escolha, de acordo com o atleta, era “chamar a atenção” de grandes eventos. Tanto que só depois deste desafio é que Marajó passou a lutar no Jungle fight para, a partir daí, traçar o mesmo caminho de Lyoto Machida, José Aldo e tantos outros: assinar um contrato com o UFC.

Parece estranho um atleta com 25 vitórias no MMA – “fora as dez que não contam como profissional” – e apenas três derrotas precisar chamar a atenção desta forma, mas o paraense arrisca um motivo.

– Não sei se é porque sou do Norte do país, mas tenho dificuldade de ter meu nome divulgado. Assim como vários outros que ainda vão despontar no cenário internacional.

A falta de divulgação do nome de Yuri é visível. Apesar ter sido confirmado há um mês para enfrentar o americano Mackens Semerzier no UFC Rio, diversos sites não mencionam seu nome ao falar sobre o histórico evento.

Mas, nem mesmo o descaso e a falta de patrocinadores de peso fazem Marajó perder a tranquilidade. Ao explicar que recebe uma irrisória ajuda de custo de apenas R$ 500 por mês, o lutador mostra empolgação para falar como se vê no futuro.

– Quem sabe eu não viro um ídolo. Tenho torcida no Pará, mas daqui dois anos posso ter fãs no Brasil e, até mesmo, no mundo inteiro.

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